Analyzing smart city development through an evolutionary approach

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Camboim, Guilherme Freitas
Orientador(a): Zawislak, Paulo Antonio
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: eng
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/261952
Resumo: As cidades sempre foram locais onde as economias de aglomeração atingiram seus maiores rendimentos, produzindo benefícios culturais, econômicos e sociais sendo o principal locus de empreendedorismo e inovação. No entanto, a rápida urbanização criou muitos problemas como desigualdade, poluição, doenças, insegurança e assim por diante, que acabam por restringir a dinâmica de criação de valor no século XXI. Isso está desafiando as "cidades industriais" a repensar e remodelar suas estruturas para superar esses problemas. Nesse sentido, o modelo de 'cidade inteligente' tem ganhado destaque no desenvolvimento urbano. Muitas cidades de diferentes países estão desenhando estratégias e implementando-as por meio de iniciativas e projetos para o desenvolvimento de cidades inteligentes. Nota-se que essas experiências são idiossincráticas, pois as cidades são inerentemente diferentes e possuem questões diversas que devem ser resolvidas de forma particular. A primeira questão que surge é: como tornar uma cidade mais inteligente? Apesar da visão contrastante dos frameworks e de sua multiplicidade de dimensões e abordagens, a literatura aponta que as cidades devem ter elementos específicos para induzir processos de inovação por meio de soluções digitais e da colaboração entre stakeholders para enfrentar os desafios locais e, assim, aumentar a competitividade local e qualidade de vida. No entanto, não é uma tarefa fácil e envolve um conjunto de stakeholders que podem não estar dispostos a colaborar e promover o desenvolvimento de cidades inteligentes. De fato, as principais dificuldades de uma estratégia surgem durante a fase de implementação, pois muitos dos desafios para as cidades se tornarem ou serem inteligentes excedem o escopo e as capacidades de suas atuais organizações, arranjos institucionais e estruturas de governança. De fato, as principais dificuldades de uma estratégia surgem durante a fase de implementação, pois muitos dos desafios para as cidades se tornarem ou serem inteligentes excedem o escopo e as capacidades de suas atuais organizações, arranjos institucionais e estruturas de governança. Com efeito, a falta de formações estruturais e organizativas adequadas não favorece o envolvimento dos atores locais e dificulta a organização e coordenação das diferentes atividades necessárias para alcançar um desenvolvimento urbano sustentável. Então, a segunda questão que surge é: que tipo de organização pode fomentar o desenvolvimento de cidades inteligentes? Nesse sentido, a literatura lança luz sobre a necessidade de discutir modelos alternativos de governança para superar esses desafios, combinando apoio político e social com planejamento estratégico e pensamento criativo para lidar com a complexidade da cidade inteligente. Alguns autores apontam que é necessário criar uma organização dedicada a liderar a colaboração entre as partes interessadas neste processo de transformação urbana. A partir dessa discussão, o que parece claro é que a análise do processo de desenvolvimento de uma smart city em suas diferentes dimensões e unidades de análise demanda um embasamento teórico que permita à academia e à indústria captar a dinâmica da evolução e, assim, compreender como as smart cities mudam com o tempo. É preciso incorporar teorias e conceitos que considerem não apenas a noção de espaço-tempo, mas principalmente que se aprofundem em como as relações entre os elementos do ecossistema interagem e se complementam. Então, nossa terceira pergunta é: como analisar esse processo de desenvolvimento urbano dinâmico, dependente do contexto e de longo prazo para que uma cidade se torne mais inteligente? Alguns autores apontam a possibilidade de uma aproximação teórica entre a abordagem evolutiva e a literatura de cidades inteligentes, afirmando que devido à complexidade do desenvolvimento de cidades inteligentes, o planejamento de cidades inteligentes também é moldado por processos evolutivos. Assim, é necessário incorporar a noção de evolução nos processos de transformação urbana e que eles ocorram em uma determinada localização geográfica sendo condicionados por fatores contextuais locais. Como mencionado anteriormente, as cidades são inerentemente diferentes e têm problemas diferentes. Assim, medir o nível de desenvolvimento existente é crucial para prever os passos certos para aumentar a inteligência urbana. A inteligência deve ser vista como um continuum, no qual as partes interessadas podem implementar iniciativas para criar, melhorar ou alterar os elementos da cidade inteligente nessas diferentes dimensões da cidade. A noção de smartness pode ajudar as cidades a entender como esse processo de transformação urbana afeta suas dimensões e seu desempenho e, consequentemente, analisar o que deve ser feito para acelerá- lo. Nesse sentido, é importante que as cidades avaliem seu atual estágio de desenvolvimento. A avaliação do desenvolvimento de cidades inteligentes pode trazer múltiplos benefícios para diferentes partes interessadas. Permite identificar os pontos fortes e fracos da cidade, comparar cidades, monitorar e acompanhar a implementação de projetos, aumentar a transparência nos investimentos, possibilitar a formulação de políticas com base em evidências, aumentar a conscientização do cidadão e assim por diante. A quarta questão que surge é: como medir a inteligência de uma cidade? Em termos de avaliação de cidades inteligentes, muitos acadêmicos, organizações e empresas desenvolveram índices, kits de ferramentas e benchmarking para medir e classificar cidades inteligentes. Esses esquemas de avaliação podem fornecer uma boa visão geral sobre as características da cidade e seus pontos fortes e fracos, além de serem usados para mostrar sua posição competitiva. No entanto, a maioria deles negligencia os múltiplos processos inter-relacionados relacionados ao desenvolvimento da cidade inteligente, adotando uma abordagem somativa. Essa abordagem apresenta algumas limitações que não capturam adequadamente a inteligência de uma cidade. Considerando isso, os objetivos deste estudo são (1) identificar as dimensões e os elementos impulsionadores para tornar uma cidade mais inteligente, (2) entender o papel da organização dedicada a cidades inteligentes na governança de cidades inteligentes, (3) propor uma abordagem evolutiva framework para a análise do desenvolvimento de cidades inteligentes e (4) criar um modelo para medir a inteligência de uma cidade usando diferentes métodos, considerando o tipo de dados, sua manipulação e análise. Para atingir esses objetivos, a pesquisa se concentrou em entender o conceito de cidades inteligentes e que seu desenvolvimento depende de um processo não linear, que deve seguir algumas etapas como desenhar estratégias, implementá-las por meio de projetos para resolver os problemas urbanos atuais. Para isso, o estabelecimento de uma estrutura de governança é crucial para o sucesso do desenvolvimento de cidades inteligentes, pois é necessária a colaboração para criar soluções complexas e a legitimidade de uma visão. Portanto, uma organização dedicada é importante para articular as partes interessadas e impulsionar o desenvolvimento de projetos e iniciativas. No entanto, apenas redes colaborativas não resolverão os problemas urbanos per se. Deve ser identificado como criar, melhorar, mudar os elementos das dimensões hard e soft de uma cidade (ou seja, econômica, social, ambiental). É importante destacar que uma estratégia, projeto ou solução inteligente para ser inteligente de fato deve considerar que essas dimensões estão integradas e então afetam e são afetadas umas pelas outras. Além disso, é necessário incorporar neste discurso de planejamento e gestão urbana a noção de tempo e espaço, pois eventos passados podem afetar o atual estágio de desenvolvimento e as decisões presentes impactarão o futuro da cidade. Como processo evolutivo, cada cidade certamente seguirá caminhos diferentes, pois a dinâmica de seu desenvolvimento depende de como o (eco)sistema se configura e qual é o seu nível de inteligência. Também deve ser considerada a história da cidade e seu contexto para definir estratégias e projetos mais assertivos. Assim, para a análise do desenvolvimento de cidades inteligentes, é necessário aplicar um quadro evolutivo capaz de vincular o microcomportamento aos macroprocessos que ocorrem em cada território ao longo do tempo. Ao considerar o desenvolvimento de cidades inteligentes como um processo que muda o ambiente urbana e o comportamento dos stakeholders ao longo do tempo, há a necessidade de medir como isso está de fato ajudando (ou não) o desempenho urbano e como as cidades podem alcançar um desenvolvimento sustentável em uma forma mais eficiente. Este artigo tem como foco a mensuração da inteligência de um ecossistema de inovação urbana, pois fornece uma visão geral do estágio atual de desenvolvimento e a relação entre os elementos e dimensões, o que poderá orientar os formuladores de políticas e a sociedade sobre o que investir, como projetar uma estratégia abrangente e quando implementá-la.