A rede social de puérperas que fazem uso de substâncias ilícitas : contribuições para o cuidado em saúde

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Silva, Valéria Lindner
Orientador(a): Vieira, Letícia Becker
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Palavras-chave em Espanhol:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/276469
Resumo: O uso de substâncias ilícitas como a maconha e cocaína durante o ciclo gravídico-puerperal impactam negativamente na vida dessas puérperas, tornando-se um problema de saúde pública mundial. Deste modo, é indispensável o apoio da família, amigos, vizinhos e dos profissionais de saúde, especialmente da Enfermagem, configurando-os como parte da rede social dessas puérperas e auxiliando-as nesse momento. Objetivo: analisar a estrutura das redes sociais de puérperas que fazem uso de substâncias ilícitas. Método: estudo qualitativo do tipo exploratório que foi realizado por meio de entrevistas semiestruturadas com vinte e uma puérperas que fazem uso de substâncias ilícitas assistidas em uma Unidade de Internação Obstétrica de um hospital público situado em Porto Alegre/RS. Serão considerados como critérios de inclusão: a) todas as puérperas submetidas a rastreamento e com teste para cocaína e/ou maconha positivo assistidas na Unidade de Internação Obstétrica durante o período da coleta de dados do estudo (puerpério imediato); b) estar em um período entre o 10o e 45o dia após o parto (puerpério tardio). Como critério de exclusão: ter diagnóstico de depressão pós-parto e aquelas que não tiverem compreensão da língua portuguesa. Utilizou-se o referencial teórico metodológico de Rede Social de Lia Sanícola. As informações foram coletadas pela pesquisadora principal por meio de entrevistas em profundidade. Todas as entrevistas foram gravadas e, posteriormente, transcritas na íntegra de forma literal, assegurando-se a veracidade das informações. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), com o parecer CEP/CAAE no 65461722.5.0000.5327, e seguiu as diretrizes éticas preconizadas pela Resolução no 466/2012 e Resolução 510/2016 do Conselho Nacional de Saúde. Resultados: com relação ao perfil das participantes, cabe pontuar que elas possuem entre vinte e quarenta e dois anos de idade, são em sua maioria pretas, convivem com seus companheiros e/ou maridos, possuem ensino fundamental incompleto e não apresentam vínculos formais de trabalho. O número de filhos entre elas variou de um a seis, o número de consultas de pré-natal ficou entre um a seis, a maioria teve o parto via vaginal e a substância ilícita mais usada por elas foi a Maconha. No que se refere à rede social primária das puérperas que fazem uso de substâncias ilícitas, apresentou-se de média amplitude (com onze a vinte e quatro membros), com quem é mantido um convívio diário por elas. Além disso, as redes sociais da maioria das puérperas foram classificadas com média densidade, e uma minoria de baixa densidade. Aos membros da rede primária, como os parentes (pai, mãe, irmãos, tios, avós, sogros, cunhados, filhos e companheiro), além dos amigos e vizinhos, estabelecem poucos relacionamentos entre si, no âmbito da rede social. Na rede social secundária, foi considerada de pequena amplitude (até seis membros) sendo compostas pelo (hospital de referência, APS, SAE, CRAS, CAPS e instituições religiosas), como também baixa densidade devido a poucas interconexões entre as pessoas que fazem parte da rede. Sobre a intensidade da rede social, apresentam-se relações de intercâmbio entre as puérperas e os membros da sua rede. A maioria das puérperas tiveram boas relações de troca tanto com a rede primária, quanto com a rede secundária, em algumas situações tiveram algumas divergências, conflitos e fragilidades em relação à rede secundária. Entre familiares, amigos, e vizinhos, estas puérperas encontraram suporte do tipo emocional, afetivo e material. Enquanto as instituições de saúde ajudaram, principalmente, com a disponibilidade nos serviços assistenciais e suporte informativo. Considerações finais: o contexto dessa população exige atenção e olhares ampliados para o planejamento de ações e estratégias articuladas das redes com objetivo de atender à complexidade multidimensional que as envolve.