Associação entre características do contexto social de vizinhança e transtornos mentais comuns

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Secretti, Tatiani
Orientador(a): Nunes, Maria Angelica Antunes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/119405
Resumo: Contexto: A influência das características do ambiente social de vizinhança nos transtornos mentais comuns (TMC) ainda é pouco estudada, principalmente em países em desenvolvimento como o Brasil, onde há poucos trabalhos sobre o tema. Objetivos: O objetivo geral foi investigar as relações entre as percepções de coesão social e segurança da vizinhança e transtorno mental comum, considerando-se as relações entre características individuais e de grupo bem como as medidas no nível agregado e no individual. Métodos: Essa pesquisa foi realizada com dados da linha de base (2008-2010) do Estudo Longitudinal da Saúde do Adulto - ELSA-Brasil, que é um estudo multicêntrico com 15.105 servidores civis, ativos e aposentados vinculados a seis instituições públicas de ensino superior e de pesquisa brasileiras. Foi utilizado o instrumento CIS-R, que permite rastrear o TMC e possibilita identificar seis categorias diagnósticas desse transtorno. Coesão social e segurança foram medidas por meio de escalas validadas de características autorreferidas de vizinhança. As covariáveis sexo, idade, estado civil, raça/cor, renda familiar per capita foram autorreferidas na entrevista de linha de base. O modelo de regressão de Poisson com variância robusta foi utilizado para estimar a razão de prevalência das associações entre os desfechos e as variáveis de exposição. Regressão logística multinível foi empregada considerando vizinhanças no nível 2 e os indivíduos no nível 1, para estimar o efeito aleatório de vizinhança e as razões de chance. Resultados: Resultados da percepção individual das características de vizinhanças indicaram associação entre pior percepção de coesão social e de segurança na vizinhança e transtornos mentais comuns, e essa associação permanece após o ajuste para as variáveis individuais, ou seja, participantes que percebiam morar em uma vizinhança com mais baixa coesão social e menos segura tiveram maior chance de apresentar TMC mesmo após ajustes para as covariáveis sociodemográficas. As variações entre as vizinhanças foram estatisticamente significativas no modelo vazio para TMC. Pequena porção da variância (2,3%) no TMC pode ser atribuída às vizinhanças. As estimativas de razão de chance obtidas no modelo mutiltinível mostraram uma variação significativa no TMC relacionada ao nível de coesão social e de segurança da vizinhança, que não pode ser totalmente explicada por fatores individuais, como sexo, idade, raça/cor, estado civil, escolaridade e renda familiar per capita. Conclusão: Esse estudo apresenta evidências da associação entre percepção de coesão social e segurança individual da vizinhança nos TMC, bem como entre as medidas agregadas da percepção de coesão social e segurança e TMC, mesmo após ajustes das variáveis individuais. Aproximadamente 2,3% da variabilidade na prevalência do TMC foram atribuídos ao contexto de vizinhança, e o restante ao nível individual, considerando o modelo “vazio”.