Desordem do espaço urbano e transtornos mentais comuns na adolescência.
Ano de defesa: | 2019 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Medicina Social BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/3958 |
Resumo: | Nas últimas décadas tem ocorrido uma acelerada urbanização nas grandes cidades, especialmente em países em desenvolvimento. Esse fenômeno predispõe à exposição da população a ambientes com diferentes níveis de ordenação. A saúde mental está diretamente relacionada ao ambiente em que a população está inserida. Transtornos mentais comuns (TMC) desempenham um importante papel no desenvolvimento da personalidade dos adolescentes, e, consequentemente, sua saúde mental na vida adulta. Esse trabalho teve como objetivo estimar o efeito dos fatores contextuais relativos à exposição à desordem do espaço urbano na ocorrência de TMC em adolescentes, no âmbito do Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes (ERICA), um estudo transversal, de base escolar, conduzido entre 2013 e 2014. A população de estudo foi composta de 2.506 estudantes, com idades entre 12 e 17 anos, residentes em três metrópoles brasileiras. O TMC foi aferido através do General Health Questionnaire (GHQ-12). Para estimar a desordem do espaço urbano, as variáveis de entorno dos domicílios (presença de iluminação pública, pavimentação, calçada, meio-fio, bueiro, arborização, esgoto a céu aberto, lixo acumulado nos logradouros e rampa para cadeirantes) foram obtidas do censo brasileiro de 2010. Por meio de análise de componentes principais dessas variáveis, foram identificados três componentes: Walkability, Saneamento e Acessibilidade. As exposições individuais foram calculadas como a média desses componentes para regiões com raios de 100 e 250 metros em torno das residências dos estudantes e dos endereços das escolas. Essas medidas foram ponderadas pelo tempo que os estudantes permaneciam na escola e em casa. Nas análises, as variáveis de exposição foram categorizadas em quartis. Os efeitos foram estimados por modelos de regressão logística controlando por sexo, idade, estrutura familiar e condição socioeconômica. Não foram obtidas estimativas significativas para Walkability e Saneamento. Acessibilidade mostrou-se, de forma consistente nas análises, como fator protetor para TMC. Esses resultados sugerem de efeito da exposição à desordem do espaço urbano em TMC. Entretanto, apesar de a literatura indicar que medidas objetivas são mais apropriadas para aferir a exposição a ambientes urbanos desordenados do que medidas de percepção do indivíduo sobre a vizinhança, é possível que os dados de entorno do censo possam estar medindo a desordem do espaço urbano de forma inadequada. Estudos com técnicas de classificação por imagem de satélite para caracterização do entorno poderia minimizar a probabilidade de erros de classificação da exposição e viabilizar acompanhamentos longitudinais, aferindo os efeitos desejados de forma mais acurada e precisa. |