Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Souto, Ester Paiva |
Orientador(a): |
Griep, Rosane Härter,
Moreno, Arlinda B |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/30863
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Resumo: |
Os transtornos mentais comuns (TMC), caracterizados em suas duas categorias diagnósticas, os transtornos depressivos e ansiosos, possuem alta prevalência no mundo todo. Apesar de evidências sugerirem sua associação com o capital social, poucos estudos se dedicam a explorá-la. Estas evidências ainda são limitadas no Brasil, especialmente se comparadas a outros países da Europa e América do Norte. Dados do ELSA-Brasil (n= 15.105), uma grande coorte brasileira, foram utilizados na linha de base (2008-2010) e no primeiro seguimento (2012-2014) para explorar a relação entre o capital social e a saúde mental, apresentados em dois artigos científicos. Instrumentos válidos e confiáveis foram utilizados para captar a disponibilidade de capital social (a escala Resource Generator) e as variáveis de saúde mental (o instrumento Clinical Interview Schedule Revised - CIS-R). No primeiro artigo, apenas os dados da linha de base foram utilizados para investigar a associação entre as duas dimensões do capital social (apoio social / prestígio e educação) com os TMC e a depressão. Nesse artigo, utilizando modelos de regressão logística, após ajustes por idade, escolaridade e situação conjugal, as mulheres com capital social baixo na dimensão apoio social tiveram maior chance de apresentar TMC (OR = 1,36; IC 95%: 1,16-1,60) e depressão (OR = 2,07; IC95%: 1,57-2,72) comparadas às mulheres com capital social alto. Entre os homens não foi observada associação. No segundo artigo, a partir dos dados do primeiro seguimento, foram investigadas a incidência e a manutenção de episódios depressivos entre homens mulheres. De maneira semelhante ao primeiro artigo, encontramos associações apenas na dimensão "apoio social" entre as mulheres. Utilizando modelos de regressão multinomiais, controlando por idade, escolaridade e situação conjugal, observamos que comparadas às mulheres com capital social alto, o risco de manutenção de episódios depressivos é maior entre as mulheres de capital social baixo (RRR = 2,66; IC 95%: 1,61-4,41). Entretanto a incidência de depressão não se apresentou associada com o capital social entre as mulheres. Diferentemente da análise transversal, no segundo artigo encontramos resultados entre os homens. Comparados aos homens de capital social alto, o capital social baixo representou um fator de risco para os homens na dimensão de apoio social apenas na incidência de episódios depressivos (RRR = 1,66; IC 95%: 1,01-2,72). Em todas as análises, nos dois artigos, entre homens e mulheres, a dimensão de prestígio e educação não esteve associada à saúde mental. Os achados dos artigos corroboraram a multidimensionalidade (e a importância da dimensão "apoio social") do capital social na investigação dos TMC e de episódios depressivos, assim como o seu comportamento diferenciado entre os sexos. Ratificaram também a necessidade de considerar o capital social baixo como um fator de risco dos distúrbios mentais, colocando-o como uma variável importante na agenda da saúde pública brasileira. |