Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Rückert, Gustavo Henrique |
Orientador(a): |
Tutikian, Jane Fraga |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/131727
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Resumo: |
Este trabalho tem como objetivo investigar as características que o romance adquire em Portugal e em Angola ao assumir um discurso pós-colonial. Em virtude das diferentes posições ocupadas pelos dois países durante a colonização, as representações romanescas desse processo acabam sendo também distintas, enfatizando relações de identidade e de diferença no diálogo entre as obras. No método de análise abordado, unem-se então os pressupostos da teoria da literatura aos da análise cultural. Dessa forma, os textos literários são lidos a partir dos mecanismos estético-ideológicos que utilizam para construir as suas representações das relações coloniais. Para isso, os estudos de teóricos e críticos pós-coloniais como Homi Bhabha, Stuart Hall, Boaventura de Sousa Santos, Ana Mafalda Leite, Margarida Calafate Ribeiro e Jane Tutikian, além das contribuições de Jacques Derrida acerca da filosofia da linguagem, são de fundamental importância. De uma maneira mais específica, os romances são analisados em pares (sempre um português e um angolano) que buscam representar três momentos distintos da história da colonização portuguesa em territórios africanos: o período colonial; o período das guerras de libertação, nas décadas de 1960 e início de 1970; e, por fim, o momento imediatamente posterior à independência, chamado de período de descolonização. Para o primeiro momento, o estudo é composto a partir das obras Partes de África, de Helder Macedo, e Nosso musseque, de Luandino Vieira. Para o segundo, A costa dos murmúrios, de Lídia Jorge, e Mayombe, de Pepetela. Por fim, para o terceiro momento, As naus, de Lobo Antunes, e Estação das chuvas, de José Eduardo Agualusa. Como resultado, o entrecruzamento de mecanismos estético-ideológicos semelhantes e diferentes nos romances analisados evidencia o fato de que esse gênero alimenta-se da alteridade para constituir um discurso pós-colonial. Assim, percebe-se a existência de um sistema pós-colonial em língua portuguesa que vai além do nacional. Essa rede de textos constitui uma narrativa polifônica da colonização, visto que preserva as devidas tensões não só na forma de representação romanesca, mas também nas variações do discurso assumido, inviabilizando tomar seu conjunto de maneira homogeneizante. |