O pacto das elites e sua representação no romance em Angola e Moçambique

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Saraiva, Sueli da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8156/tde-30082013-103119/
Resumo: As literaturas angolana e moçambicana que ascenderam, em grande medida, como marco da resistência intelectual na luta anticolonialista, têm sido ainda hoje solo fértil para representações das condições reais de existência no contexto africano. No discurso ficcional, os confrontos entre essa existência e os projetos de uma comunidade utopicamente imaginada trazem para os enredos os avanços, recuos ou estagnação de um quadro social marcado pelos velhos e novos pactos do capitalismo globalizado. Esta pesquisa tem por objetivo analisar comparativamente as formas de representação literária dos agentes desse capitalismo: as elites em Angola e Moçambique em sua articulação com a dominação internacional. Nosso objeto de estudo forma-se por obras publicadas tendo já decorridas as primeiras duas décadas de independência política (conquistada em 1975) e seus enredos destacam especialmente a representação dos grupos dirigentes das novas nações: Maio, mês de Maria (1997), de Boaventura Cardoso; Predadores (2005), de Pepetela; O sétimo juramento (2000), de Paulina Chiziane, e O último voo do flamingo (2000), de Mia Couto. Em nossa leitura, as marcas do mito fáustico, um elemento da intertextualidade que esses romances apresentam entre si e com obras de outros sistemas literários emergiram como uma produtiva presença para a compreensão desses países e suas literaturas num contexto mais amplo. A fim de verificar o modo como a elite intelectual, neste caso, representada pelos escritores no papel de atores sociais, tem reagido à formação das elites político-econômicas, desde o estertor do colonialismo até o fim dos conflitos sociais, valemo-nos também de uma seleção de textos críticos de intervenção de autores dos dois países.