Análise molecular das proteínas do podócito na nefrite lúpica e sua correlação com o tipo histológico e grau de atividade da doença

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Santos, Mariane dos
Orientador(a): Veronese, Francisco José Veríssimo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/97169
Resumo: Introdução: A etiopatogenia da nefrite lúpica (NL) ainda não está clara. A deposição de imunocomplexos no glomérulo induzida pelo lúpus sistêmico causa injúria aos podócitos glomerulares e descolamento de suas proteínas na urina. Objetivos: Os objetivos deste estudo foram quantificar o nível do RNAm das proteínas associadas ao podócito no tecido renal e no sedimento urinário na NL, e correlacioná-lo com as classes histológicas, inflamação e proteinúria. Métodos: Foram incluídos 33 pacientes portadores de NL em atividade. A expressão do RNAm das proteínas específicas do podócito foi quantificada para nefrina, podocina, podocalixina, alfa-actinina 4, transient receptor potential cation channel 6 (TRPC-6), Forkhead box P 3 (FOXP3), fator de crescimento vascular endotelial A (VEGF-A) e fator de crescimento transformador beta (TGF-β1) através da reação em cadeia da polimerase em tempo real (RT-PCR). Foram utilizadas amostras de tecido renal e sedimento urinário dos pacientes com NL. O infiltrado inflamatório da biópsia renal foi fenotipado identificando-se macrófagos CD68 + , linfócitos T citotóxicos CD8+ e células B CD20+ . O RNAm do VEGF-A, FOXP3 e TGF-β, associado a lesão proliferativa, densidade do infiltrado celular e fibrose renal, respectivamente, também foi mensurado. O RNAm dos marcadores do podócito foi correlacionado com a proteinúria, função renal e título do anti-DNAds. Resultados: O RNAm das moléculas associadas ao podócito (exceto VEGF-A e FOXP3) foi significativamente menos expresso no tecido renal nos casos de NL em relação aos controles. No tecido, não houve diferença dos níveis do RNAm entre as classes histológicas, agrupadas por gravidade da nefrite (I e II vs. III, IV e V). Na urina, a quantidade de RNAm dos marcadores podocitários (exceto alfa actinina-4 e TRPC6), de TGFβ1, VEGF-A e FOXP3 foi significativamente maior nos pacientes com NL, e esse aumento foi determinado pelas classes III, IV e V. A correlação entre o RNAm do TGFβ1 e VEGF-A foi forte, tanto na biópsia renal quanto no sedimento urinário. O RNAm na urina da nefrina, podocina, podocalixina,TGFβ1 e FOXP3 correlacionou-se com a proteinúria, mas não com a duração da doença, função renal ou título de anti-DNAds. A densidade das células T CD8+ no infiltrado túbulo-intersticial (TI) e intraglomerular (IG) foi significativamente maior nas classes III, IV e V comparado as classes I e II (p=0,026 e p=0,012, respectivamente). O RNAm na urina da nefrina, podocina, podocalixina e alfa actinina-4 correlacionou-se com as células CD8+ , CD20+ e CD68+ do infiltrado inflamatório. Na biópsia, somente houve correlação entre as células CD8+ e TGFβ1, FOXP3 (TI) e nefrina e alfaactinina-4 (IG). A densidade do infiltrado inflamatório foi maior nos pacientes com proteinúria em nível nefrótico em relação aqueles com proteinúria subnefrótica para todos os fenótipos celulares estudados. Conclusão: Nestes pacientes com NL ativa foi detectada redução de marcadores do podócito no tecido renal, o que é compatível com podocitopenia, e concomitantemente aumento de sua excreção na urina, sugerindo a presença de podocitúria. A podocitúria foi de maior magnitude nos pacientes com NL com depósitos endocapilares e/ou subepiteliais, o que sugere correlação entre a podocitúria e essas classes histológicas da NL, nas quais a injúria ao podócito é potencialmente mais grave.