Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2011 |
Autor(a) principal: |
Medeiros, Monique |
Orientador(a): |
Marques, Flávia Charão |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/140666
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Resumo: |
A homogeneização técnica pretendida pela modernização da agricultura, bem representada pelas diretrizes da ‘Revolução Verde’, tem sido associada a consequências negativas do ponto de vista socioambiental nos espaços rurais. No entanto, propostas recentes, que objetivam imprimir novas dinâmicas a processos de desenvolvimento rural, vêm sendo construídas em oposição às ideias difusionistas convencionais. Com isto, têm ganhado espaço propostas e projetos que enfatizam a necessidade de valorização dos conhecimentos locais, como parte das estratégias para o desenvolvimento rural. Pesquisas e ações de diversas organizações vêm enfatizando, gradativamente, os resultados da interação do conhecimento local com os conhecimentos advindos da tecnociência, fato este que possibilita um novo olhar sobre a atuação dos agricultores familiares no espaço rural. Este olhar abrange o surgimento de adaptações e rearranjos em relações sociais e de trabalho, de novas formações de sentido e de reinvenções de práticas e técnicas, especialmente agrícolas. Neste âmbito, considera-se que mudanças e inovações estão ocorrendo constantemente e são potencialmente motivadoras para um ativo processo de emergência de ‘novidades’, no qual são fundamentais a localidade e a ação de múltiplos atores. Esse ponto de vista torna-se importante na abertura de um abrangente campo de pesquisa, que busca evidenciar e compreender avanços e obstáculos na implementação de projetos que objetivam a promoção do desenvolvimento rural. Alicerçada nestas ideias e à luz da Perspectiva Orientada ao Ator, esta pesquisa de caráter qualitativo, propôs analisar novidades emergentes com enfoque nas práticas agrícolas, nos sistemas de produção e na organização social, decorrentes das situações de interface que colocam frente a frente conhecimentos e práticas de mediadores sociais e de agricultores familiares, na implantação de projetos para o desenvolvimento rural em São Lourenço do Sul e Pelotas – Rio Grande do Sul. A análise aponta que esses agricultores familiares, direcionados pelos ideais da agricultura de base ecológica, e apoiados por projetos de assistência técnica e políticas públicas, executam ‘práticas desviantes’, que representam formas inovadoras nos processos agrícolas, na articulação entre atores, em sua relação com os mercados e mesmo na criação de novas organizações. Dessa forma, foi identificada a emergência de ‘novidades’, que pode ser evidenciada pela constituição da Cooperativa Sul Ecológica; pela construção de novos mercados, o institucional (merenda escolar) e o local (feiras livres); e o estabelecimento da Agroindústria Figueira do Prado. A trajetória de emergência dessas ‘novidades’ está relacionada ao descobrimento de novos e relevantes recursos para a transformação de sistemas de produção convencionais em outros, cuja base é ecológica. Também, é perceptível o desenvolvimento de uma ‘sintonia fina’ no uso de tais recursos, bem como o reordenamento de muitos deles pelo estabelecimento de conexões entre elementos antes ignorados ou afastados entre si. Essas ‘novidades’ que estão amplamente relacionadas com o compartilhamento de conhecimentos, especificidades locais, heterogeneidade e dinamismo da ação social, parecem indicar uma alteração nas trajetórias de desenvolvimento no espaço rural na região sul do Rio Grande do Sul. |