A Casa dos Cata-Ventos : variações sobre o futuro, a inutilidade e a sede

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Pedroso, Anderson Beltrame
Orientador(a): Sousa, Edson Luiz Andre de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/143188
Resumo: Esta dissertação versa sobre a experiência da Casa dos Cata-Ventos, uma proposta de trabalho com crianças e famílias em situação de vulnerabilidade social desenvolvida em Porto Alegre/RS. Tem por objetivo apresentar o cenário histórico no qual a ação da Casa dos Cata-Ventos ocorre e os fundamentos da aposta que fazemos. Este modelo de trabalho se inspira na Maison Verte, criada por Françoise Dolto em Paris, e na Casa da Árvore, ONG que atua na cidade do Rio de Janeiro. No primeiro capítulo contextualizo a discussão, apresentando uma historiografia sucinta do tema que, embora não ambicione se constituir numa genealogia, busca apresentar as rupturas do campo discursivo que toma as formas de atenção à infância como objeto. Parto daquilo que determinou as condições de possibilidade da educação como estratégia de formação dos cidadãos e da força de trabalho necessária à manutenção do modo de produção capitalista. O segundo e o terceiro ensaio situam-se mais propriamente sobre o campo da experiência da Casa dos Cata-Ventos. O segundo apresenta a experiência e as raízes que a inspiraram. Nele discuto o que chamo de uma aposta na dimensão política do brincar, recuperando o conceito de brincar na psicanálise – enfatizando as contribuições de D. W. Winnicott e Ricardo Rodulfo – e a fenomenologia da vita activa, exposta por Hannah Arendt na obra A Condição Humana. O terceiro ensaio é inspirado num conjunto de cenas vividas na Casa dos Cata-Ventos e busca avançar na discussão de uma clínica do território, acompanhando algumas linhas de composição da subjetividade que se forma em espaços de privação, onde as garantias constitucionais de direitos não se efetivam, deixando um vasto campo para que o ressentimento se estruture como estratégia de sobrevivência e a violência se imponha de forma massiva e autoritária. Busco, contudo, apoio na literatura de Guimarães Rosa para apontar as linhas de fuga desta forma de captura da subjetividade.