Proposta de intervenção psicossocial para crianças em vulnerabilidade social focada em habilidades socioemocionais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Antão, Sandra Duarte lattes
Orientador(a): Peixoto, Ana Cláudia de Azevedo
Banca de defesa: Peixoto, Ana Cláudia de Azevedo, Souza, Wanderson Fernandes de, Seabra, Karla da Costa
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Psicologia
Departamento: Instituto de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/14477
Resumo: Crianças em vulnerabilidade social estão expostas a inúmeros estressores que ocorrem de maneira crônica, contribuindo para alterações importantes nas habilidades de autorregulação. Estão mais propensas a conflitos, experimentando ambientes menos estimulantes. O trabalho direcionado para crianças vem mostrando-se como um fator de proteção importante na prevenção de psicopatologias ao longo da vida. Dessa forma, este trabalho teve por objetivo elaborar uma intervenção psicossocial focada no desenvolvimento de habilidades socioemocionais para crianças de 6 a 11 anos que estão em vulnerabilidade social. Realizou-se um estudo descritivo e correlacional, com amostra selecionada por conveniência e abordagem qualitativa-quantitativa. Para alcançar o objetivo proposto foi realizada uma Revisão Integrativa da Literatura para conhecer intervenções utilizadas no país direcionadas para essa população. Também foi realizado um levantamento da competência social e de problemas de comportamentos de 21 crianças que frequentam a Instituição Casa Manjedoura localizada na cidade de Barra Mansa/RJ através de informações concedidas por seus familiares que responderam ao instrumento CBCL- Child Behavior Checklist. Foram coletadas ainda a percepção de 8 profissionais que atuam ou já atuaram com populações socialmente vulneráveis através de uma entrevista semi-estruturada respondida na modalidade online. Os resultados da Revisão Integrativa e da entrevista aplicada aos profissionais apontaram que para elaboração de uma intervenção neste contexto, é fundamental o trabalho em rede para garantia dos direitos das crianças e indicou que a relação do pesquisador com o ambiente a ser estudado mostra-se como fator essencial para conhecimento acerca da realidade que se pretende intervir. Os dados obtidos através do instrumento aplicado mostraram que 90% das crianças avaliadas apresentam comportamentos externalizantes, caracterizados por agressividade, agitação psicomotora e comportamento delinquente. É amplamente indicado na literatura a relação de comportamentos externalizantes na infância e o desenvolvimento de adultos anti-sociais. 76% das crianças avaliadas já apresentam sintomas na Escala de Comportamentos Internalizantes com sintomatologia de ansiedade, isolamento depressão e queixas somáticas (foram consideradas as categorias clínica e limítrofe). A desigualdade racial também foi encontrada nesta pesquisa pois 62% das crianças avaliadas eram negras e 38% eram pardas. Os resultados alcançados permitem compreender a urgência de propostas interventivas que contemplem as necessidades dessa população, contribuindo para o desenvolvimento de competências socioemocionais de crianças e suas famílias.