Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Kessler, Helena Pillar |
Orientador(a): |
Gageiro, Ana Maria |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/234039
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Resumo: |
O presente trabalho de pesquisa parte da experiência da Casa dos Cata-Ventos, uma estratégia de atenção à infância e à adolescência norteada pela ética psicanalítica, existente desde 2011 no município de Porto Alegre – RS. Trata-se de um lugar para brincar, contar histórias e conversar, que está situado em um contexto marcado pela exposição à violência que é efeito da desigualdade social brasileira. No Primeiro Movimento desta dissertação, são abordados os fundamentos dessa proposta, apontando para algumas questões transferenciais que emergem das especificidades do trabalho desenvolvido e da escuta psicanalítica no contexto em que se insere. A partir disso, volta-se para o método de trabalho que foi sendo construído na Casa dos Cata-Ventos, que se desenvolve em diferentes tempos e etapas, de modo que a intervenção seja intercalada com a escrita, a qual é compartilhada entre os trabalhadores. Buscando compreender o que está implicado nessa convocação de que os trabalhadores escrevam, pelos caminhos de uma pesquisa psicanalítica, acrescentou-se um novo tempo na série temporal que compõe essa proposta de intervenção. Assim, realizou-se uma nova leitura dos textos trocados e uma posterior escrita; como articulador dessa leitura, contou-se com a dimensão do tempo na produção da experiência. No Segundo Movimento, a investigação se desdobra dos efeitos da leitura dessas escritas trocadas, realizada no tempo posterior da pesquisa. A figura do balanço surge na tentativa de dar forma para a ocorrência de um movimento testemunhado nesses textos, que diz de um sutil trânsito entre o que se poderia chamar de violência e de delicadeza. Entende-se que, em situações de violência, o tempo pode se apresentar na forma de um atraso na compreensão de algo que se apresenta como excesso, relacionando-se com o traumático. Nessas situações, o brincar e o escrever, ambos produzidos em transferência na Casa dos Cata-Ventos, possibilitam a criação de um tempo narrativo, em que se pode falar e historicizar o que se viveu. Compreende-se que esse movimento se torna possível a partir da sustentação de um tempo em que se possa operar com o ainda não saber, tempo o qual entende-se estar relacionado com a proposição lacaniana do tempo para compreender. |