Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2011 |
Autor(a) principal: |
Freitas, Ana Laura Colombo de |
Orientador(a): |
Golin, Cida |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/34597
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Resumo: |
Esta dissertação pretende analisar como o crítico Herbert Caro (1906-1991) instiga o gosto pela música de concerto, considerando que o jornalismo tem a função mediadora de aproximar do leitor os campos especializados e que a crítica é um espaço fértil neste sentido. Alemão judeu radicado no Brasil em 1935, Caro foi figura ativa no cenário cultural portoalegrense de meados do século XX. Sua coluna Os melhores discos clássicos estreou no principal jornal do Rio Grande do Sul à época, o Correio do Povo, em 22 de fevereiro de 1959, e circulou semanalmente durante mais de vinte anos. Para este estudo, utilizamos a análise de conteúdo e adotamos como corpus de pesquisa os anos em que esses textos estiveram inseridos no suplemento Caderno de Sábado (1967-1981). Elegemos uma amostra composta de todo o período em que o encarte foi publicado nos doze meses, o que exclui 1967 e 1981. Trabalhamos com 26 colunas, selecionadas após a leitura flutuante do universo de 466 textos. A análise procura identificar, por um lado, os conteúdos mobilizados pelo colunista para preparar a escuta dos discos clássicos e, por outro, as estratégias cronísticas usadas para aproximar a música de concerto do leitor leigo. Percebemos que Herbert Caro prescreve predominantemente a escuta da tradição da música de concerto europeia, em especial a dos séculos XVIII e XIX, mas também algumas obras contemporâneas, o repertório nacional, o folclore e o “pop” – visto como porta de entrada para desenvolver o gosto. As palavras de Caro estão sempre revestidas por uma aura de sedução, prometendo a música de concerto como algo acessível, necessário à vida, e como fonte de prazer, de conhecimento e de distinção social. Com intuito pedagógico, o crítico preocupa-se em alicerçar o contato do leitor com essa música, fornecendo um guia de escuta, com contextualização rápida e orientações práticas. O colunista também se coloca como um incentivador do consumo de discos e orienta que a compra seja baseada no gosto pessoal, na novidade e na assinatura de artistas consagrados. A explícita voz pessoal de Caro reforça a credibilidade angariada no prestígio do espaço jornalístico que ocupa e busca a aproximação com o leitor. O forte vínculo com o local traz a realidade do leitor para o texto, instigando seu envolvimento e construindo um retrato da cidade. A linguagem informal desmancha o ar sisudo da música de concerto com diminutivos, aumentativos, superlativos, provérbios, oralidade, trocadilhos e analogias. Concluímos que Herbert Caro foi um típico homem de letras. Crítico diletante e impressionista, soube explorar o espaço jornalístico para traduzir os códigos da música de concerto para o leigo e incentivar a escuta, colocando seu conhecimento enciclopédico a serviço do leitor e orientando o consumo dos discos clássicos. |