Percepções de profissionais do jornalismo cultural sobre ethos jornalístico e mediação das artes visuais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Silva, Luciano Alfonso da
Orientador(a): Golin, Cida
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/159118
Resumo: Esta tese busca compreender as percepções sobre o papel da mediação que jornalistas especializados em artes visuais exercem no campo cultural e como articulam um ethos profissional no jornalismo contemporâneo. O estudo foi construído a partir da produção e análise de entrevistas com 11 profissionais da área, numa amostra intencional, centrada na relevância da atuação desses escolhidos nos subgrupos de jornalistas da mídia e assessores de imprensa, e na abrangência de suas produções no contexto do jornalismo no Brasil. Buscamos investigar o entendimento do que é ser jornalista, sob o ponto de vista de cada entrevistado, a partir do(s) lugar(es) que ocupa no espaço profissional; compilamos valores, crenças e normas que os entrevistados associam ao campo e quais destes hoje são questionados ou relativizados; verificamos a formação de competência profissional na área cultural, enquanto um território que mescla funções de jornalista e de especialista; examinamos pertencimentos existentes entre os agentes do campo jornalístico; e interrogamos o papel do jornalismo cultural como espaço tradutor e legitimador das experiências artísticas, estéticas e intelectuais, envolvendo uma cadeia produtiva de indivíduos ou grupos que ambiciona visibilidade social. Para a produção e análise do corpus, utilizamos a entrevista oral temática como recurso, juntamente com a Análise de Discurso (AD) de linha francesa como referencial teórico-metodológico, e filiamos nosso entendimento do jornalismo no paradigma interacionista. Buscamos compreender questões que estão além das rotinas e que se sustentam em bases mais profundas, amparadas essencialmente em valores que se configuram nas relações entre sujeitos e a partir de atributos ou predicados nem sempre tão perceptíveis. Diante disso, na análise das entrevistas, foi possível mapear quatro sentidos: a) ao profissional há uma condição de entrada neste campo, que é sua formação de competência ou repertório, a partir do aprendizado com colegas de profissão e pela aquisição do conhecimento formal; b) para efetuar a mediação jornalística é necessário ter uma posição de atuação para o entendimento das práticas exercidas por cada subgrupo; c) há uma relação entre estes profissionais que se estabelece através de um capital baseado na confiança; d) e uma matriz de percepção constante, um habitus, que compreende a ideia de uma autoimagem articulada por um ethos profissional. Apontamos para a importância da noção de confiança como virtude fundamental na inter-relação do jornalista e o social, assim como para o jornalista no contrato social firmado como mediador da realidade perante esta mesma sociedade.