Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Marcilio, Daniel Augusto Pereira |
Orientador(a): |
Golin, Cida |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/189227
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Resumo: |
As relações entre jornalismo e memória dizem respeito ao modo como o passado é reconfigurado pelos textos produzidos no âmbito do trabalho jornalístico. Nesse sentido, a ocasião do aniversário, cerimônia ritualística, é o momento em que a necessidade de reafirmação da memória desponta com força: o jornal comemora a sua existência, colocando-se em lugar de destaque. Considerando, então, que o jornalismo não é apenas um relato sobre o presente, mas também opera múltiplas dimensões do tempo, esta dissertação tem como objetivo geral compreender como o jornal Correio do Povo, no período em que foi gerido pela Companhia Caldas Júnior (1895 – 1984), constrói narrativamente uma memória de si durante a comemoração de seu aniversário. De forma mais detalhada, para alcançar esse objetivo principal, desmembramos a pesquisa em cinco objetivos específicos: contextualizar a história do Correio do Povo na imprensa regional; identificar quais são os personagens presentes na narrativa sobre o aniversário e como eles são apresentados nas páginas do Correio do Povo; sistematizar quais são as possíveis estratégias e intenções textuais do narrador-jornal ao enquadrar uma memória de si; acompanhar como o enredo das narrativas jornalísticas sobre a efeméride do aniversário do Correio do Povo é desenvolvido e construído; verificar como as noções de tempo e temporalidade são estruturadas nas narrativas jornalísticas do Correio do Povo sobre seu próprio aniversário. Para isso, examinamos as edições de aniversário ao longo de quase um século de trajetória ininterrupta do diário, explorando os números múltiplos de dez como referência para a análise Fundado em 1895, o jornal Correio do Povo nasceu proclamando-se como órgão de imprensa independente. Sob a direção família Caldas, cresceu e se consolidou, conquistando a hegemonia no mercado jornalístico regional. Porém, no final dos anos 1970, a empresa jornalística Caldas Júnior entrou em decadência e, em 1984, foi forçada a encerrar suas atividades. O jornal voltou a circular em 1986, mas sob nova gestão, findando de vez a era Caldas. Ao analisar a efeméride de aniversário, seguimos os rastros memorativos, procurando identificar, em especial, quais eram os personagens narrados e como eles eram retratados para celebrar a história do jornal. Desta forma, utilizamos a análise de narrativa como método de pesquisa, adotando um corpus de três edições comemorativas que correspondem ao décimo aniversário (1905), ao cinquentenário (1945) e aos oitenta anos (1975) do Correio do Povo. Nossa intenção foi averiguar a produção da memória sobre si a partir do ciclo do aniversário, abrangendo, então, o início, o auge e a decadência do jornal, observando os usos, abusos e manipulações da lembrança e do esquecimento. Percebemos que, conforme o período, o jornal utiliza-se de distintas estratégias narrativas, evocando valores tradicionais na edição mais antiga, celebrando antigos funcionários na comemoração dos cinquenta anos e, por fim, elaborando seu papel como observador da história na celebração dos oitenta anos. A narrativa de si aparece como uma forma de autoafirmação e legitimação das expectativas, funções e valores que o Correio do Povo pretendia legitimar frente à sociedade gaúcha. |