Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Pereira, Cecília Maieron |
Orientador(a): |
Pereira, Analúcia Danilevicz |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/274522
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Resumo: |
Entre 2001 e 2011, o processo de securitização da região do Oriente Médio resultou na desestabilização regional, que vinculada a transformações domésticas, levaram ao aumento da competição entre os Estados. Essa desestabilização também esteve relacionada a uma nova dinâmica internacional do médio oriente concretizada ao longo dos anos, devido a presença de atores tais como China e Rússia, além da incapacidade dos Estados Unidos de resolverem os conflitos na região. Esse processo de desestabilização foi aprofundado a partir da Primavera Árabe de 2011, devido ao aumento do grau de insegurança e incerteza gerada. Esse processo de crescente desestabilização do Oriente Médio teve relação na mudança qualitativa da projeção de Arábia Saudita, Irã, Israel e Turquia para o Chifre da África. Composto por Djibuti, Etiópia, Eritreia, Somália, Sudão e Sudão do Sul, o Chifre é uma sub região de grande importância estratégica devido a sua proximidade a rotas do comércio mundial. Desse modo, o objetivo geral da presente tese consiste em analisar o processo no qual a nova realidade geopolítica das potências médio-orientais transformou a região do Chifre em espaço de projeção entre 2001 e 2021. O trabalho parte da hipótese de que: (1) as mudanças geopolíticas no Oriente Médio, desencadeadas pela falha estratégia norte-americana da Guerra ao Terror, resultaram na desestabilização regional devido à maior competição desencadeada. Esse nível de desestabilização regional foi aprofundado após a Primavera Árabe devido ao aumento da insegurança regional dos regimes, e do cenário de incertezas e competição resultante. Tanto o processo de securitização da Guerra ao Terror, quanto os conflitos da Primavera Árabe, abarcaram o Chifre da África, conectando a sub-região africana nessas dinâmicas médio-orientais. Como resultado, elevou-se a percepção da importância geoestratégica dos Estados do Chifre para as potências médio-orientais; (2) desde 2001 a nova dinâmica sistêmica do Oriente Médio vem sendo caracterizada pela perda de espaço dos Estados Unidos, em grande parte por suas estratégias terem trazido maior instabilidade regional, e pelo crescimento da participação de outros atores externos como China e Rússia, os quais têm representado uma oportunidade de alinhamento e inserção externa. Assim como no Chifre da África, essa nova dinâmica internacional tem se refletido nas correlações de força, abrindo espaços e oportunidades de atuação para a projeção de Irã, Arábia Saudita, Israel e Turquia para o Chifre da África; (3) as transformações domésticas vivenciadas por estes países entre 2001 e 2021, tais como mudanças de governo, situação econômica e perspectiva securitária, tiveram relação com a projeção para o Chifre da África na medida em que resultaram nas diferentes condições de projeção, nas estratégias adotadas, bem como na intensidade de atuação no Chifre. Quanto à estrutura metodológica do trabalho, este caracterizou-se por um estudo qualitativo e histórico, no qual foram utilizadas fontes de pesquisa bibliográficas e dados quantitativos para apoiar a argumentação. Entende-se que a análise da projeção dessas potências contribui para o entendimento das transformações da geopolítica africana e médio-oriental, bem como do sistema internacional em transição. |