Política externa e integração na África Oriental : um estudo sobre Uganda, Tanzânia e Quênia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Kanter, Marcelo de Mello
Orientador(a): Pereira, Analúcia Danilevicz
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/132967
Resumo: Este trabalho procura responder por que as políticas externas de Uganda, Tanzânia e Quênia convergiram ao final da década de 1990 culminando na refundação da Comunidade da África Oriental (CAO). Leva-se em consideração o quadro de análise em dois níveis: a política interna e o sistema internacional. O trabalho guia-se por duas hipóteses. A primeira é que dificuldades econômicas domésticas, experimentadas na década de 1990 — marcada pela adoção do Consenso de Washington —, deram impulso a forças políticas que favoreciam parcerias regionais. Já a segunda é que a CAO seria um fator conducente à constituição de um paradigma relacional no leste africano, permitindo a resolução pacífica de controvérsias entre os Estados membros e a coordenação de ações militares em seu entorno. Para averiguar as hipóteses, analisam-se os processos políticos internos dos três países em busca das causas da aproximação, isto é, mudanças de governo, governante e de arcabouço institucional. Traça-se também a evolução da políticas externas de Quênia, Tanzânia e Uganda, relacionando-as com o panorama internacional da época e com as dinâmicas políticas domésticas. Ademais, exploram-se os limites da convergência política através do estudo de alguns casos específicos: projetos de integração infraestrutural na CAO, a guerra civil da Somália e as guerras na República Democrática do Congo. Verifica-se que na Tanzânia a transição presidencial foi determinante para a mudança na política externa. Em Uganda, a superação da instabilidade interna (insurgências) permitiu o maior engajamento regional. Em contraste, a política externa queniana mostrou-se mais reativa ao contexto externo: a perda de valor estratégico do país para os Estados Unidos com o fim da Guerra Fria obrigou-o a buscar aliados regionais para evitar isolamento. Já os estudos de caso mostram que a convergência política encontra muitos desafios, pois, embora haja uma relação especial entre Dodoma, Kampala e Nairóbi, eles disputam entre si para tornar-se polo regional de poder. Ainda assim, mesmo quando estão indiretamente em guerra um contra o outro, como na República Democrática do Congo, a integração consegue avançar paulatinamente.