Avaliação do padrão alimentar, do consumo de frutose e do estado nutricional de pacientes com doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Azevedo, Vittoria Zambon
Orientador(a): Dall'Alba, Valesca
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/202558
Resumo: Introdução: A Doença Hepática Gordurosa não Alcoólica (DHGNA) é atribuída a múltiplos fatores, configurando-se como a manifestação hepática da Síndrome Metabólica (SM). A epidemia da DHGNA tem sido associada às alterações do estilo de vida, com adoção de padrões alimentares ocidentais, baseados em produtos processados e ricos em açúcares adicionados, fontes de frutose. A frutose pode ser obtida a partir de fontes alimentares naturais, quando intrínseca aos alimentos, ou livre, obtida por processamentos industriais. Objetivos: Avaliar o consumo alimentar de frutose total, in natura e livre de pacientes com DHGNA e associá-lo ao grau de fibrose, ao perfil metabólico e ao risco cardiovascular. Metodologia: Estudo transversal com pacientes ambulatoriais diagnosticados previamente com DHGNA, atendidos no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). Os pacientes foram classificados segundo seu risco de progressão para a DHGNA e passaram por avaliação clínica, dietética, antropométrica e funcional. Os alimentos e bebidas informados nos Registros Alimentares (RA’s) de três dias foram classificados conforme o nível de processamento (in natura, ingredientes culinários, minimamente processados, processados e ultraprocessados) de acordo com o Sistema NOVA. Resultados: Foram avaliados 128 pacientes, dos quais 63 tinham esteatose, 44 esteatohepatite (EHNA) e 21 cirrose. A idade média foi 54,0 ± 11,9 anos, 72,7% eram mulheres e IMC de 32,6 ± 5,4 Kg/m². A ingestão total de frutose (FT) foi de 21,6g, sendo 14,8g de frutose in natura (FN) e 6,8g de frutose livre (FL). O consumo de frutose total, in natura e livre não diferiu entre os pacientes com esteatose, EHNA e cirrose (p-valores 0,140; 0,101; 0,739, respectivamente). A ingestão de frutose de fontes distintas não justifica a fibrose hepática conforme NAFLD score, devido ao baixo poder de correlação encontrado (r² = 0,009) para FT; (r² = 0,040) para FN e (r² = 0,051) para FL. Os pacientes apresentavam elevado risco cardiometabólico, devido à prevalência de 78,0% de risco intermediário a alto de fibrose hepática; 96,8% com alterada relação cintura-estatura (RCE), 79,7% com SM, 65,6% com FAM reduzida, 70,3% com obesidade sarcopênica. Conclusões: O padrão alimentar dos pacientes ambulatoriais com DHGNA no HCPA parece apresentar composição dietética distinta à maioria dos estudos, baseado majoritariamente em alimentos minimamente processados, com baixo consumo de frutose. Nenhuma associação foi encontrada entre a ingestão de frutose e o risco de fibrose hepática.