Performance da ressonância magnética em predizer desfechos maternos adversos em pacientes com alto risco para espectro da placenta acreta : um estudo transversal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Silva, Cristiano Köhler
Orientador(a): Vettorazzi, Janete
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/253179
Resumo: Introdução: o espectro do acretismo placentário (EPA) é definido como um conjunto de anormalidades caracterizadas por implantação anormal da placenta na parede uterina. Esta condição está associada a um aumento significativo da morbimortalidade materna e fetal e requer um diagnóstico antenatal preciso com manejo multidisciplinar em centros de referência. A ultrassonografia (US) permanece como primeiro método de imagem na avaliação de pacientes com suspeita de acretismo placentário por sua ampla disponibilidade e baixo custo. A ressonância magnética (RM) tem papel crescente como avaliação complementar nos casos duvidosos, além de apresentar melhor performance em delimitar a topografia da invasão placentária e na estimativa do grau de invasão. Métodos: este estudo retrospectivo avaliou todos os casos com suspeita de EPA avaliadas por RM nos Serviços de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) e do Hospital Moinhos de Vento (HMV) entre os anos de 2016 e 2020. Foi avaliada a associação de oito achados da RM relacionados a acretismo placentário descritos na literatura com cinco desfechos maternos: realização de histerectomia, necessidade de transfusão sanguínea, necessidade de internação em unidade de terapia intensiva, tempo cirúrgico prolongado e sangramento maciço no parto. Resultados: dos 60 casos avaliados, foram identificados 46 casos de EPA (76,7%) e 16 diagnósticos de placenta percreta (26,7%). Houve diferença estatisticamente significativa (p=0,0013) entre a idade materna do grupo com acretismo (36,0 ± 4,3) e sem acretismo (32,6 ± 4,8). A concordância entre a impressão do radiologista quanto a presença de acretismo e o padrão ouro foi substancial (0,67, p<0,001) e quase perfeita para a presença de placenta percreta (0,87, p<0,001). A presença de abaulamento do contorno externo uterino teve forte associação com percretismo, com sensibilidade de 87,5% e especificidade de 90,9%. Os sinais de RM que se associaram a um maior número de desfechos maternos adversos foram o afilamento do miométrio, com OR de 20,2 para sangramento maciço (IC 95% = 2,4 - 168,2), 4,0 para realização de histerectomia (IC 95% = 1,4 - 11,7), 4,8 para necessidade de transfusão sanguínea (IC 95% = 1,2 - 19,4) e de 4,9 para tempo cirúrgico prolongado (IC 95% = 1,1 - 21,8), e o abaulamento do contorno externo do útero, com odds ratio de 11,9 para sangramento maciço (IC 95% = 3,0 - 47,6), 34,0 para realização de histerectomia (IC 95% = 4,1 - 282,2), 5,0 para necessidade de internação em UTI (IC 95% = 1,0 - 23,9) e 4,8 para necessidade de transfusão sanguínea (IC 95% = 1,3 - 17,1). Conclusão: os achados de RM avaliados se correlacionam com acretismo placentário e tiveram associação com desfechos adversos maternos periparto. A presença de abaulamento do contorno externo uterino demonstrou elevada acurácia na predição da presença de placenta percreta.