Ofício de gestão em tempos de poder gerencialista : a potência da atividade para fazer crítica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Moro, Cibele Vargas Machado
Orientador(a): Amador, Fernanda Spanier
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/130512
Resumo: Esta dissertação toma como foco o trabalho de gestores de uma grande empresa pública brasileira da área de logística pela perspectiva da Clínica da Atividade e da Ergologia – ambas abordagens do escopo das Clínicas do Trabalho –, notadamente através da noção de atividade. Em interlocução com conceitos foucaultianos e da Esquizoanálise, consideramos os processos moleculares de singularização da/na atividade e sua potência de produção de desvio e resistência, pela problematização aos modos instituídos de trabalhar. Tomamos, ainda, a noção de poder gerencialista proposta por Vincent de Gaulejac enquanto ideologia que convoca subjetivamente os sujeitos em direção a um ideal que atenda às exigências do mundo econômico, prescrevendo modos de viver e trabalhar. Desse modo, buscamos acompanhar os movimentos da atividade dos gestores que lidam com o paradoxo de gerir a atividade dos subordinados, a qual escapa permanentemente às suas pretensões, investigando também as possibilidades de produção de crítica e resistência presentes nesse ofício, bem como sua relação com a expansão do poder de agir dos próprios gestores e dos coletivos de trabalho. Do ponto de vista metodológico, orientamo-nos pelas pistas da cartografia e da dialogia e propomos a formação de coletivos de análise da atividade de gestão junto a gestores operacionais, a realização de visitas às unidades de trabalho e a análise de documentos relativos às normativas gerenciais. A análise dos materiais produzidos aponta para três eixos referentes à atividade dos gestores: os constantes esforços de renormatização empreendidos pelos gestores diante dos imprevistos e restrições do dia a dia; o encontro da atividade do gestor com a atividade de seus subordinados, produzindo-se por entre práticas de governo e a construção da confiança; e a dimensão política da construção do gênero profissional da gestão. Propomos, a partir desses aspectos, a discussão acerca de uma “gestão menor”, em sintonia com o devir do trabalho, aliando efeitos de crítica e clínica.