Pinturas de si : moda e artesania da existência

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Hoffmann, Ana Cleia Christovam
Orientador(a): Zordan, Paola
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/128879
Resumo: A pintura de si anunciada nesta dissertação não versa sobre nenhum tipo padrão de estilo, tampouco sobre normas do bem vestir. Busca, antes, modos de escapar do já instituído para pensar esta ação que nos acompanha diariamente, como uma artesania da existência que implica múltiplos modos de viver. Por isso, toma o dandismo como disparo para pensar um modo de vida que conjugue existência com aparência numa proposta ético-estética destinada a fortificar a alma. Como alguém evita as coisas mecânicas, ao produzir seu estilo pedagógico, faz com que surja o dândi educador, trazendo consigo suas histórias para (re)criar novos estímulos. O modo de vestir como projeto educacional nos coloca a pensar sobre as forças que motivam tais pinturas: a roupa, a ação de vestir e se conduzir em meio à vida. Vida como obra de arte, sendo o si da roupa tratado com Michel Foucault e o conceito de subjetivação. Viver implica correr riscos através de uma experimentação diária que nos torna potentes e únicos, formadores de novos valores. Por isso, é também uma pedagogia em prol de novas possibilidades de vida. Essa pintura, possível de ser pensada através dos pensamentos de Gilles Deleuze e Georges Didi-Huberman, permite fabricar o conceito roupa de sensação, uma possibilidade inventiva, uma enchente de ideias, um vazio, uma fruição que percorre o corpo todo. A produção de figurinos cria forças que motivam tais pinturas. Por isso, é também um trabalho de composição entre superfícies fora de subterfúgios. Operações da moda que implicam uma toilette do pensamento feita de políticas de resistências, que se relacionam e se afetam entre si. O corpus do corpo da professora pesquisadora em moda e figurino vê no vestir uma ação para pensar o seu próprio fazer, sua didática feita de divagações, delírios, interlúdios e (inter)calações. Formas nunca plenas, que seguem inacabadas, abertas aos delírios. O que é permanente é a escrita do que se faz, procedimentos repetidos que, porém, nunca se repetem. Um pensamento descontínuo, pela escolha dos autores, pela escolha da temática, pela vida de quem escreve, pela vida que se inscreve. Tal como se aprende a caminhar, tal como dormir e acordar todos os dias, se vestir todos os dias, as ações, embora se repitam, nunca reproduzem os movimentos idênticos, pois existe aí uma vontade de mundo que muda, ao sabor dos humores, ao sabor do destino.