Saúde reprodutiva e práticas contraceptivas de mulheres vivendo com HIV/AIDS : um estudo comparativo em Porto Alegre, RS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Teixeira, Marsam Alves de
Orientador(a): Teixeira, Luciana Barcellos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
HIV
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/275411
Resumo: Introdução: Estudos têm mostrado que a infecção pelo HIV em mulheres ocorre em contextos de vulnerabilidade, relacionados ao gênero, às questões sociais, e aos fatores biológicos, que instituem uma dinâmica complexa relacionada à saúde reprodutiva das mulheres. Objetivo: Analisar a saúde reprodutiva e práticas contraceptivas de mulheres vivendo com HIV/Aids (MVHA) no município de Porto Alegre-RS, comparando-as às mulheres não vivendo com HIV/Aids (MNVHA). Metodologia: Estudo transversal conduzido em 2011, com mulheres de 18 a 49 anos. O cálculo amostral foi de 1230 mulheres. Análise com ponderação amostral foi conduzida utilizando-se o nível de significância estatística de 5%. O projeto foi aprovado pelos Comitês de Ética das instituições envolvidas, e sua execução foi financiada pelo CNPq. Resultados: Mulheres com HIV apresentaram menor escolaridade (p<0,001), mais ocorrência de infecções sexualmente transmissíveis (IST) nos últimos doze meses (p=0,019), três vezes mais a prática de sexo em troca de dinheiro (p<0,001) e três vezes mais aborto (p<0,001). Identificou-se que foi mais comum a ocorrência de 5 ou mais gestações entre as MVHA do que entre as MNVHA (21,6% versus 11,7%) (p<0,001), sendo planejadas 32,1% das gestações nas MVHA e 40,7% nas MNVHA (p<0,001). A primeira gestação até os 19 anos ocorreu para 62,1% das MVHA e 54,3% das MNVHA (p=0,007). Ocorrência de laqueadura tubária foi mais frequente entre as MVHA (p<0,001). Conclusões: Identificou-se a presença de um contexto de vulnerabilidade que circunda as MVHA, e que apesar do impacto que a doença ocasiona na vida social e afetiva dessas mulheres, elas permanecem constituindo relações e mantendo um forte potencial reprodutivo, ainda que não seja a expressão de direito reprodutivo. Ressalta-se que os serviços de saúde possuem papel relevante na identificação de mulheres em contextos de vulnerabilidade, a fim de fornecer orientações para que a saúde reprodutiva e as práticas contraceptivas ocorram na perspectiva da saúde, possibilitando o exercício do direito reprodutivo.