Uso de contracepção de emergência e fatores associados em mulheres vivendo com HIV/AIDS no município de Porto Alegre

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Almeida, Franciele Cassia Moletta de
Orientador(a): Teixeira, Luciana Barcellos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
HIV
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/263801
Resumo: Introdução: A contracepção de emergência (CE) constitui uma metodologia contraceptiva ética e alternativa, de caráter excepcional, que pode ser utilizada em situações especiais. O método está indicado após uma relação sexual desprotegida, falha presumida de contraceptivos, uso inadequado de contraceptivos ou na violência sexual. Apesar da disponibilidade de métodos contraceptivos e da CE, a incidência da gravidez não planejada é elevada em todo o mundo, particularmente em países em desenvolvimento. Objetivo: Investigar o uso de CE por mulheres vivendo com HIV/Aids e fatores associados em Porto Alegre. Metodologia: Estudo transversal com 582 mulheres de 18 a 49 anos, vinculadas a serviços especializados em HIV∕Aids. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFRGS e das instituições envolvidas, e sua execução foi financiada pelo CNPq. Fatores associados ao uso de CE foram investigados por modelo de regressão de Poisson. Resultados: Identificou-se que 18,6% das mulheres vivendo com HIV/ Aids utilizou a CE alguma vez na vida. Diferenças entre mulheres que utilizaram e que não utilizaram CE foram observadas quanto à faixa etária (p<0,001), escolaridade (p=0,018), renda domiciliar (p=0,014), uso de preservativo na primeira relação sexual (p=0,022), uso de método contraceptivo na primeira relação sexual (p=0,002), desejo de ter filhos (p=0,009) e ocorrência gestações planejadas (p=0,029). Os fatores independentemente associados à utilização de CE foram a faixa etária e o uso de método contraceptivo na primeira relação sexual. Considerações finais: Identificou-se que entre mulheres vivendo com HIV/Aids, o perfil das usuárias de CE, são mulheres mais jovens, com mais escolaridade, com melhor renda, com maior frequencia de uso de métodos contraceptivos, com menor número de filhos e com desejo de ter filhos∕outros. A CE tem sido utilizada por mulheres com maior capacidade de gestão da vida reprodutiva. O trabalho apresenta informações relevantes aos serviços de saúde. Recomenda-se, que o uso da CE seja expandido ou encorajado para os demais perfis de mulheres, tendo em vista a elevada ocorrência de gestações não planejadas, que representam a ausência do pleno exercício dos direitos reprodutivos das mulheres.