Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Mantovani, Augusto |
Orientador(a): |
Álvares-da-Silva, Mário Reis |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/266547
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Resumo: |
Introdução: A microbiota intestinal (MI) consiste em 10 a 100 trilhões de bactérias, fungos e vírus. Devido ao intenso fluxo hepático da veia porta, o fígado é considerado uma das principais linhas de defesa contra antígenos derivados do intestino, como bactérias e subprodutos bacterianos. Em pacientes com doença hepática, ocorre um desequilíbrio gerado por alterações na composição e função da MI, denominado disbiose, resultando em alterações fisiopatológicas que promovem inflamação sistêmica e contribuem para complicações clínicas. Não há dados no Brasil que avaliem um amplo espectro de cirróticos com modificações específicas na MI, marcadores de inflamação e desfechos clínicos. Objetivos: Avaliar a associação entre MI e internação, reinternação hospitalar e mortalidade em 90 dias, e sua correlação com marcadores inflamatórios, lipopolissacarídeos, variáveis clínicas e bioquímicas. Métodos: Coorte prospectiva envolvendo pacientes ambulatoriais compensados e descompensados e pacientes internados descompensados, comparados com controles saudáveis. Foram avaliadas variáveis clínicas e laboratoriais, marcadores inflamatórios (IL-1, IL-6, TNF-alfa, IL-10), lipopolissacarídeos bacterianos e composição da MI. Os pacientes foram acompanhados por 90 dias avaliando internação, reinternação e mortalidade. Resultados: foram incluídos 165 indivíduos (pacientes ambulatoriais: 50 compensados, 49 descompensados; 36 pacientes descompensados internados; 30 saudáveis). 48,5% eram do sexo feminino, a idade média foi de 61 anos, a principal etiologia da cirrose foi a hepatite C (27,3%), sendo a maioria dos pacientes Child-Pugh (CP) B, com mediana de MELD de 13. Os níveis de IL-6 e IL-10 foram correlacionados com mortalidade em 90 dias e TNF-α correlacionado com internação/reinternação hospitalar em 90 dias. À medida que a doença hepática progrediu, a diversidade da microbiota diminuiu entre os grupos (r=0,05; p<0,004). Houve 9 óbitos e 22 internações ou reinternações. A composição da MI teve correlação com norfloxacina (r = 0,36, p = 0,04), encefalopatia (r = 0,31, p = 0,01), lactulose (r = 0,26, p = 0,01), mortalidade em 90 dias (r = 0,22, p = 0,04), CP (r = 0,17, p=0,01), IL-6 (r = 0,164, p=0,04), uso de antibiótico nos últimos 6 meses (r = 0,16, p = 0,01), MELD (r = 0,145, p= 0,01) e internação/reinternação em 90 dias (r = 0,08, p = 0,03). As razões Firmicutes/Bacteroidetes e Firmicutes/Proteobacteria foram progressivamente mais significativas e tiveram associação com mortalidade em 90 dias. Conclusões: A disbiose intestinal está associada a marcadores de inflamação, internação/reinternação e mortalidade em 90 dias. As razões 8 descritas entre os filos Firmicutes/Bacteroidetes e Firmicutes/Proteobacteria podem potencialmente avaliar o risco de descompensação da cirrose e mortalidade. |