Efeito de Psicobióticos no Transtorno do Espectro Autista

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Duque, Ana Luiza Rocha Faria
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/214898
Resumo: O eixo microbiota-intestino-cérebro foi recentemente reconhecido como um modulador chave de distúrbios neurológicos, incluindo o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Evidências crescentes sugerem que a microbiota intestinal desempenha papel crítico nos sintomas gastrointestinais e déficits comportamentais em indivíduos autistas. Nesse sentido, a administração de psicobióticos (probióticos e prebióticos) tem sido investigada como uma terapia promissora no tratamento do TEA. Objetivo: Avaliar o efeito de psicobióticos na composição e metabolismo da microbiota intestinal de crianças com TEA usando o Simulador do Ecossistema Microbiano Humano (SEMH®), bem como na microbiota intestinal e déficits comportamentais em um modelo animal de TEA. Métodos: Inicialmente, foi avaliada a sobrevivência de cepas probióticas (Limosilactobacillus (L.) reuteri e Bifidobacterium (B.) longum) em cultura pura e combinadas com Vivinal® GOS sob condições gastrointestinais simuladas e, em seguida, o impacto dos probióticos (L. reuteri + B. longum), prebiótico (GOS) e simbiótico (L. reuteri + B. longum + GOS) na microbiota intestinal e no metabolismo de crianças com TEA usando o SEMH®. A análise da composição da microbiota intestinal das amostras do SEMH® foi realizada por PCR em tempo real e sequenciamento do gene 16S rRNA. O metabolismo microbiano foi determinado pela produção de amônia e ácidos graxos de cadeia curta (AGCC). Finalmente, foi investigada se a administração do GOS afetou a composição da microbiota e o comportamento em um modelo genético de autismo (Cntnap2-/-). A composição da microbiota dos animais foi avaliada pelo sequenciamento do gene 16S rRNA e os comportamentos associados ao TEA foram determinados por testes de hiperatividade e de comportamentos social e repetitivo. Resultados: Os probióticos L. reuteri + B. longum combinados com GOS apresentaram elevada resistência gastrointestinal, sugerindo que o GOS tem um efeito protetor. De acordo com o estudo no SEMH®, o tratamento probiótico aumentou a abundância relativa de Lactobacillus, enquanto o tratamento prebiótico aumentou a abundância relativa de Bifidobacterium e diminuiu a abundância relativa de Lachnoclostridium. As mudanças observadas no metabolismo microbiano foram associadas ao aumento das concentrações de AGCC e níveis reduzidos de amônia, particularmente nos tratamentos prebiótico e simbiótico. No estudo em modelo animal, foi observado que o tratamento com GOS não modulou a composição da microbiota. No entanto, melhorou significativamente o comportamento social no modelo animal Cntnap2-/-. Conclusão: Os tratamentos probiótico, prebiótico e simbiótico resultaram na modulação positiva da microbiota intestinal e atividade metabólica de crianças com TEA usando o SEMH®. Além disso, os resultados mostraram que o GOS melhorou os déficits sociais em um modelo animal de autismo.