Epidemiologia molecular de isolados de Escherichia coli provenientes de diferentes hospedeiros e o impacto dos antimicrobianos em diferentes clones produtores de MCR-1

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Guerra, Rafaela Ramalho
Orientador(a): Martins, Andreza Francisco
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/220360
Resumo: O uso de antimicrobianos na produção animal contribui com a pressão seletiva e colabora na expansão de cepas multirresistentes em diferentes ambientes. Já é relatado que os animais de produção atuam como potenciais reservatórios de microrganismos produtores de genes de resistência (ARGs). Dentro deste contexto, a resistência as polimixinas mediada por plasmídeos já foi bem reportada no mundo todo e a habilidade de disseminação do gene mcr-1 precisa ser melhor compreendida. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar a epidemiologia molecular de isolados de Escherichia coli mcr-1 positivos e mcr-1 negativos provenientes de diferentes hospedeiros através de três metodologias: MLST, CH Typing e SNPs (Single Nucleotideo Polymorphism). Além disso, buscamos relacionar como o uso de antimicrobianos pode influenciar na expansão clonal de isolados produtores de mcr- 1 nos diferentes nichos ecológicos. Isolados de E. coli mcr-1 positivos (n=6) recuperados de frangos de corte e suínos provenientes de granjas no Rio Grande do Sul tiveram seus genomas comparados com isolados recuperados de bancos de dados públicos (n = 37), sendo 19 produtores de mcr-1 e 18 negativos para o gene, totalizando uma população de 43 isolados. A tipagem MLST apresentou 35 STs , sendo a ST-10 e a ST-101 as de maior frequência com 11,63% e 6,98%, respectivamente. Já a tipagem molecular por CH Typing, apresentou 32 CHs, sendo os tipos mais frequentes as CH 11-25 com 9,30% de frequência, CH 11-0 com 6,98% e CH 29-38 com 6,98%. A análise filogenética utilizando as três metodologias apresentou uma distribuição diversa e concordante ao longo das árvores, onde foi possível observar isolados produtores de mcr-1 intimamente relacionados com isolados negativos para o gene. Além disso, isolados com uma diferença de tempo de 60 anos foram intimamente relacionados, podendo indicar uma disseminação não clonal entre as cepas, sugerindo que a pressão seletiva e eventos recentes de recombinação estão agindo sobre a população. Com base nos dados apresentados acima, e reforçando a ideia de que a permanência de características em uma população depende das forças evolutivas que atuam sobre ela, afirmamos que medidas integrativas apoiadas na abordagem One Health devem ser adotadas como estratégia para reduzir a disseminação de cepas multirresistentes.