Prevalência de genes de resistência em isolados de e. Coli provenientes de frangos de corte

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Lentz, Silvia Adriana Mayer
Orientador(a): Martins, Andreza Francisco
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/159521
Resumo: A resistência antimicrobiana é um desafio atual à saúde pública. Agentes antimicrobianos são indispensáveis no controle de infecções bacterianas, não só em seres humanos, mas também em animais e plantas. A pressão seletiva imposta pela utilização sistemática de um antimicrobiano pode selecionar cepas com algum mecanismo de resistência e estas, disseminarem-se pelo ambiente. Muitas teorias e controvérsias existem a respeito da disseminação da resistência entre animais e humanos, além disso, a prevalência de genes que conferem resistência às cefalosporinas de espectro estendido, carbapenêmicos e colistina, em bactérias zoonóticas comensais é pouco conhecida. Este trabalho avaliou a prevalência dos principais genes de resistência de importância clínica (blaIMP -type, blaVIM -type, blaNDM-1, blaKPC -type, blaGES -type, blaOXA-48, blaTEM, blaSHV, blaCTX-M e mcr-1) em isolados de E. coli, originados de aves de produção. Foram coletados swab cloacal de frangos, em um abatedouro frigorífico localizado no Rio Grande do Sul. Foram obtidos 343 isolados de E. coli que cresceram em presença de ceftazidima. Entretanto, 57 isolados foram positivos para os genes que conferem resistência às cefalosporinas: 3 blaSHV, 18 blaCTX-M, 30 blaTEM e 6 para blaCTX-M e blaTEM concomitantemente Destes, 25 isolados foram positivos no teste fenotípico para pesquisa de ESBL. De acordo com o perfil de susceptibilidade aos antibióticos, 56 (98%) isolados foram considerados multirresistentes. Quanto à pesquisa do gene mcr-1, 10 isolados foram positivos (2,9%), sendo todos multirresistentes. Destes, 8 obtiveram valor de CIM para polimixina de 2mg/L, os outros dois isolados obtiveram CIM 0.25mg/L e 1mg/L. A tipagem molecular realizada por PFGE demonstrou que 5 isolados do mesmo lote foram clonalmente relacionados, enquanto outros 5 não tiveram relação clonal. A tipagem molecular realizada in silico a partir do sequenciamento completo do genoma bacteriano de 4 isolados positivos para o gene mcr-1 revelou a presença de 3 STs: ST38, ST58 e ST2491. A ST38 é bastante disseminada e associada com infecções em humanos. Diante da emergência da propagação do gene mcr-1 a partir de bactérias comensais de animais, torna-se crucial a implementação de práticas interdisciplinares no controle do uso de antimicrobianos na medicina veterinária, humana e no ambiente, evitando a disseminação da resistência e o esgotamento das opções terapêuticas. Alternativas ao uso indiscriminado dos antibióticos na produção animal junto a ações que procurem diminuir o potencial reservatório ambiental destes genes, devem ser implementadas.