Caracterização de genes de resistência de isolados de E. coli provenientes de suínos, avaliação dos diferentes perfis clonais circulantes e sua relação com resíduos de antibióticos no ambiente e na carne in natura

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Lentz, Silvia Adriana Mayer
Orientador(a): Martins, Andreza Francisco
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/247115
Resumo: O Brasil ocupa um papel importante na produção de suínos, sendo o quatro maior produtor e exportador do mundo. Entretanto, a intensa administração de antimicrobianos na produção animal vem sendo relacionada à emergência da resistência bacteriana. A exposição à colistina leva à seleção de bactérias resistentes no ambiente. Neste contexto, o surgimento da resistência à polimixina, através do mcr- 1 tem causado preocupação. Escherichia coli tem sido considerada um bom indicador de resistência, uma vez que está presente no intestino dos animais. Nesse sentido, este estudo teve como objetivos: investigar a ocorrência dos principais genes de resistência de importância clínica (blaIMP, blaVIM, blaNDM, blaKPC, blaGES, blaOXA-48, blaTEM, blaSHV, blaCTX-M, qnrA, qnrB, qnrS e mcr-1) em isolados de E. coli obtidos da cadeia suinocultora; avaliar a ocorrência de resíduos de antimicrobianos relacionados a estes genes; e correlacionar com os resíduos de antimicrobianos encontrados na carne e ambiente. O sequenciamento do genoma completo (WGS) foi realizado em alguns isolados a fim de caracterizar ambiente genético envolvido no mecanismo de resistência encontrado. Um total de 442 isolados de E. coli (268 suínos e 174 ambientais) foram avaliados. A prevalência do gene mcr-1 foi de 25% (109/442) e foi encontrado em 67 isolados de animais e 42 do meio ambiente. Destes, um total de 35/67 (52%) de suínos e 28% (12/42) de isolados ambientais foram considerados resistentes à colistina (CIM ≥ 4mg/L). Mais de 96% (105/109) foram resistentes à enrofloxacina, 70% (77/109) resistentes a pelo menos uma cefalosporina testada e 86% (90/109) foram considerados multirresistentes. Tilosina foi o antibiótico mais administrado através da ração, sendo detectado em 50% dos lotes (23/46); na água, norfloxacino apareceu em 19,6% (9/46); e, no músculo, foram encontrados resíduos dos antibióticos: norfloxacino, doxiciclina e oxitetraciclina em 15% (7/46) dos lotes avaliados. A alta prevalência de mcr-1 associada à ocorrência de outros determinantes de resistência é uma preocupação atual. Os animais e o meio ambiente foram diretamente impactados por essa prática, mas o efeito da exposição antimicrobiana sobre os níveis de genes de resistência aos antimicrobianos é muito complexo. Assim, o monitoramento do uso de medicamentos tornou-se importante para garantir a segurança alimentar. Alternativas ao uso de antimicrobianos na produção animal devem ser implementadas com urgência.