Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Duran Carabali, Luz Elena |
Orientador(a): |
Netto, Carlos Alexandre |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/196707
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Resumo: |
O aumento da taxa de sobrevivência de recém-nascidos muito prematuros está associado à maior incidência de dano cerebral e a patologias neurológicas, como a hipóxia-isquemia neonatal (HI). A HI afeta 2/1000 nascidos vivos e é a principal causa de mortalidade e morbidade infantil, sendo considerada um problema de saúde pública devido a seu impacto ao longo do ciclo vital e a alta demanda de suporte social e familiar necessária. As alterações no metabolismo energético decorrentes da HI desencadeiam uma cascata de eventos moleculares implicados no dano cerebral e nos déficits sensoriomotores, cognitivos e comportamentais subsequentes. O ambiente enriquecido (AE) é uma estratégia experimental caraterizada por oferecer um maior número de estímulos cognitivos, sociais e motores, apresentando efeitos benéficos em uma variedade de doenças e lesões ao sistema nervoso central e tornando o cérebro mais resiliente. Entretanto, os efeitos do AE em períodos críticos do desenvolvimento e/ou maturação encefálica, bem como os mecanismos biológicos envolvidos quando associado à HI, ainda não são totalmente entendidos. Desse modo, esta Tese teve como objetivo avaliar os efeitos do AE no período gestacional e lactacional sobre os prejuízos induzidos pela HI, quando realizada no terceiro dia pós-natal do rato. Para isso, ratas Wistar prenhas foram alocadas no AE ou em condições padrão durante a gestação. Após o nascimento, as ninhadas foram mantidas nas mesmas condições de moradia do período gestacional ou realocadas em um novo ambiente durante a lactação. Observou-se que os animais submetidos à HI e expostos ao AE na gestação, na lactação ou em ambos os períodos do desenvolvimento apresentaram redução na morte celular por apoptose na fase aguda da lesão, melhor desempenho funcional quando comparados ao grupo controle, assim como redução na expressão de sinaptofisina, proteína relacionada à plasticidade sináptica, no hipometabolismo encefálico e na perda tecidual na idade adulta. Esses achados podem ser decorrentes da ativação de vias relacionadas com sobrevivência celular como AKT (48h pós-lesão), bem como do aumento na expressão de fatores de crescimento, aumento no imunoconteúdo do receptor TrkB e modulação na resposta astrocitária na idade adulta. Além disso, os animais apresentaram uma resposta sexo-específica à estimulação ambiental, na qual ratos machos exibiram efeitos positivos tanto no período gestacional como lactacional, enquanto ratas fêmeas pareceram ser mais beneficiadas pelo enriquecimento pós-natal precoce. Os resultados obtidos permitem concluir que o AE tem efeitos tanto preventivos como terapêuticos ao atenuar o grau de comprometimento neurológico induzido pela HI neonatal. Estes achados ressaltam a importância de uma maior compreensão sobre os mecanismos envolvidos nos efeitos benéficos do AE, bem como a influência das condições ambientais no prognóstico a curto e longo prazo do recém-nascido exposto a eventos cerebrais adversos como a hipóxia isquemia. |