Memórias e práticas relacionadas às matas ciliares entre agricultores familiares de Caraá/RS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Demenighi, Janine da Silva
Orientador(a): Kubo, Rumi Regina
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/109256
Resumo: A compreensão das relações estabelecidas no meio rural, destacando-se aquelas que envolvem agricultores familiares e matas ciliares, torna-se cada vez mais necessária, considerando a situação crítica das Bacias Hidrográficas do Brasil e o papel das matas ciliares nesse contexto, assim como dos agricultores familiares na relação diferenciada com a terra. O aporte teórico da memória coletiva, nesse sentido, contribui na medida em que se apresenta como uma leitura não apenas do passado, mas também do presente, sendo um resgate do percebido e do vivido pelos diferentes grupos. O presente trabalho tem como objetivo compreender como os agricultores familiares de Caraá/RS percebem e interferem nas matas ciliares como subsídio para refletir sobre o desenvolvimento rural do município. O esforço de campo envolveu três localidades, sendo possível chegar a 25 famílias, com as quais as ferramentas metodológicas conhecidas como Linha do Tempo e Mapa da Área foram aplicadas e os momentos gravados, utilizando-se também o diário de campo. A análise partiu das transcrições das gravações, sendo os relatos agrupados conforme categorias definidas. A leitura dos registros no diário de campo, a sobreposição das linhas do tempo e a observação da presença ou ausência de mata ciliar no Mapa da Área também integraram a análise. Como resultados, a caracterização das famílias e localidades apontou particularidades inerentes a cada uma das localidades (idade dos casais, presença de filhos adultos, fisionomia, distância da sede municipal, produção, relações de parentesco e vizinhança). No que se refere aos significados atribuídos às matas ciliares, durante os relatos espontâneos apareceram percepções diferentes daquelas registradas após a intervenção da pesquisadora, sendo que, nesse último caso, os aspectos ecológicos se destacaram. As famílias, na sua maioria, incluíram o desenho das matas ciliares no Mapa da área e com relação ao uso, uma faixa estreita de vegetação em torno dos arroios foi observada em grande parte das áreas visitadas, sendo que, nos relatos, a mata era citada como “preservada”. As lembranças associadas à fiscalização ambiental na Localidade Fraga apresentaram aspectos mais punitivos, enquanto que no Caraá Central observou-se uma concordância com a aplicação da lei. A perspectiva teórica da memória coletiva, nesse caso, com sua capacidade de identificar, a partir das lembranças do passado, mas inserido no presente, diferentes percepções, se mostrou relevante em estudos do meio rural que visam abarcar as relações entre ser humano e natureza.