Percepção ambiental e representação do “lugar-vivido” na area de proteção ambiental do município de Caraá, RS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Fofonka, Luciana
Orientador(a): Suertegaray, Dirce Maria Antunes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/111851
Resumo: No município de Caraá, localiza-se a Área de Proteção Ambiental do Caraá (APA), representando 30% da área total do município. Nessa área, localiza-se a cascata e a nascente do Rio dos Sinos. Apesar de ser uma APA, existem conflitos em sua gestão, principalmente com o uso e manejo do solo. A legislação foi implementada sem um adequado processo de Educação Ambiental. O conhecimento da percepção ambiental da população desse município em relação à APA de Caraá é essencial para o desenvolvimento de programas de gestão e Educação Ambiental para a garantia da conservação desta. Assim, a presente tese tem como objetivo central compreender a percepção ambiental dos moradores locais, em relação à APA de Caraá, a fim de analisar os conflitos de uso da APA, confrontando com os critérios de uso estabelecidos pelos gestores da área e assim verificar se os conflitos, quanto ao uso da APA, decorrem de esta ter sido criada sem a participação da comunidade e desvinculada da Educação Ambiental. Considerando a abordagem da pesquisa qualitativa e quantitativa, com caráter exploratório-descritivo, o presente estudo foi dividido em duas grandes etapas. Primeira: caracterização ambiental da área de estudo; Segunda: caracterização da percepção ambiental dos moradores próximos à APA de Caraá, com ênfase na topofilia e topofobia, através dos seguintes instrumentos: entrevistas semiestruturadas e mapas mentais. Foram realizadas entrevistas com: cem moradores; o cacique da tribo Mbya Guaranis, bem como os professores (dezessete professores) e alunos das séries finais, da quinta à oitava série do ensino fundamental, das escolas participantes desse estudo (total de cem alunos). Para investigar a percepção, a topofilia e a topofobia e considerar qual o significado da APA do Caraá para seus moradores, foi realizado o mapa mental com três moradores entrevistados, de cada uma das comunidades citadas, tendo um total de trinta mapas; com os alunos e professores participantes desse estudo, bem como com cinco índios da tribo Mbya Guaranis. A metodologia de interpretação dos mapas mentais foi feita a partir das orientações de Kozel, de forma adaptada. Foram produzidos 144 mapas mentais, distribuídos nas cinco subcategorias criadas: Landmarks (com ou sem expressões linguísticas); Landmarks e Cascata (com ou sem expressões linguísticas); Landmarks, cascata e Antropismo (com ou sem expressões linguísticas); Landmarks e Antropismo (com ou sem expressões linguísticas) e Landmarks e Antropismo Negativo (com ou sem expressões linguísticas). A partir dos mapas mentais complementados através das entrevistas, foi construída a percepção ambiental dos moradores locais, em relação à APA de Caraá, revelando, em sua maioria, aspectos topofílicos para com a área da cascata do Rio dos Sinos (parte da APA) e aspectos topofílicos e topofóbicos para com o “lugar-vivido” (dentro ou próximo da APA). Os moradores não conhecem os critérios de uso e restrições da APA, o que demonstra a falta de envolvimento da comunidade na elaboração destes. Os conflitos quanto ao uso da APA decorrem principalmente do fato desta ter sido implantada sem um processo de Educação Ambiental adequado, sem a participação da comunidade local.