O papel do informante no diagnóstico do TDAH em adultos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Breda, Vitor Carlos Thumé
Orientador(a): Grevet, Eugenio Horacio Grevet
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/97180
Resumo: O TDAH é um transtorno do neurodesenvolvimento e, de acordo com os novos critérios do DSM, a presença de vários sintomas antes de 12 anos de idade são exigidos. Além disso, o DSM-5 também incentiva o clínico a buscar informações colaterais para corroborar o diagnóstico, mesmo para adultos. O esforço para a obtenção de informações de terceiros seria justificada se uma evidência robusta de sua relevância pudesse ser demonstrada. Este é um estudo transversal com 449 pacientes adultos com TDAH e 143 controles, entrevistados entre 2002 e 2012. Os participantes foram consecutivamente avaliados para transtornos psiquiátricos considerando-se o DSM-IV, através de instrumentos diagnósticos padronizados. Informações colaterais foram obtidas usando-se as escalas de Barkley para sintomas de TDAH atuais e da infância. Nós comparamos os perfis demográficos e clínicos de pacientes adultos cujos informantes concordavam (n = 277) ou discordavam (n = 172) dos pacientes em relação à presença de sintomatologia na infância, e adultos sem TDAH (controles). Os pacientes com TDAH e controles não diferiram quanto à idade, anos de escolaridade, renda e sexo. Os grupos com TDAH diferiram dos controles com relação a repetência escolar, problemas com autoridade e disciplina, problemas com a lei e polícia, e tratamento farmacológico prévio. Comparados com os controles, os grupos com TDAH também apresentaram escores mais elevados de prejuízo e maiores taxas de prevalência de uso do tabaco, transtorno bipolar, transtorno de oposição e desafio, transtorno de conduta e dependência de substâncias não-alcoólicas. Poucas e pequenas diferenças entre os dois grupos com TDAH (suspensões escolares, problemas com autoridade e disciplina, e escores SNAP-IV) foram observadas. Nossos resultados não oferecem suporte para a ideia de que a informação colateral sobre a sintomatologia da infância é essencial para confirmar o diagnóstico de TDAH em adultos com uma síndrome clara auto relatada desse período, mas reafirmam a ideia de que o diagnóstico não deve ser descartado na ausência de um colateral que corrobore o relato do paciente. Contudo não podemos descartar a importância de informações de fontes externas ao próprio paciente em outras situações clínicas ou apresentações psicopatológicas.