Avaliação cognitiva em adultos com TDAH em um estudo de seguimento de oito anos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Sampaio, Paula Guimarães
Orientador(a): Bau, Claiton Henrique Dotto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/178980
Resumo: Muitos estudos têm caracterizado o perfil clínico de indivíduos que foram diagnosticados com TDAH na vida adulta; porém, poucos trabalhos longitudinais incluíram variáveis neuropsicológicas. Estudos que possibilitem a identificação de aspectos cognitivos envolvidos na evolução do TDAH podem auxiliar na melhor compreensão da progressão desse transtorno ao longo da vida adulta. Dentro desse contexto, o objetivo desta tese foi avaliar possíveis mudanças no perfil cognitivo de adultos com TDAH ao longo da vida bem como os preditores cognitivos de persistência e remissão do transtorno no contexto de um estudo longitudinal de uma amostra clínica de adultos com TDAH. Os indivíduos foram avaliados no momento em que buscavam avaliação (após estabilização de comorbidades psiquiátricas) e 8,5 anos depois. A bateria de avaliação cognitiva utilizada na linha de base e etapa de seguimento foi composta pelos subtestes Vocabulário e Cubos do WAIS-R, Teste Stroop de Cores e Palavras e o Teste de Classificação de Cartas Wisconsin (WCST). Não foram encontradas associações significativas entre as variáveis avaliadas no baseline referentes aos grupos de TDAH remitente e persistente, sugerindo que o perfil neuropsicológico de pacientes com TDAH não está relacionado à sua posterior possibilidade de remissão. Os resultados dessa tese apontam para um desempenho cognitivo relativamente estável ou de uma melhoria sutil durante a idade adulta média, com um aumento significativo no seguimento dos escores tanto do subteste cubos (t = 3.52; p = 0.001) como também do vocabulário (t = 7.51; p < 0.001) do WAIS-R. Assim, a trajetória cognitiva observada na presente amostra clínica de adultos com TDAH não parece indicar um declínio mais acentuado do que na população geral. Esse dado pode ser uma informação relevante e em certa medida tranquilizadora para os pacientes e seus familiares. É possível que a complexidade e os múltiplos fatores envolvidos no desempenho cognitivo também explique a ausência de associação dos mesmos com a persistência ou remissão do TDAH. A presente Tese com certeza não encerra o debate sobre a trajetória cognitiva dos adultos com TDAH. Mais estudos são necessários para confirmar ou melhor detalhar os resultados aqui apresentados. Faz-se necessário que estudos de base populacional comparem a evolução cognitiva em indivíduos adultos com TDAH tratados com aqueles que não receberam nenhum tipo de intervenção.