Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Botti, Francisco Grendene |
Orientador(a): |
Grevet, Eugenio Horácio |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Palavras-chave em Inglês: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/257532
|
Resumo: |
O diagnóstico do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) em adultos é frequentemente baseado em entrevista clínica suplementada, geralmente, por informações obtidas por meio de escalas de autoavaliação, testes neuropsicológicos e informações de terceiros. Apesar de ser recomendado pelos manuais diagnósticos, obter informação colateral pode demandar tempo e acarretar custos desnecessários, principalmente porque sua validade ainda não foi confirmada. Neste estudo, nosso objetivo é testar a validade diagnóstica incremental da utilização de informação de terceiros sobre a presença de sintomas de TDAH em pacientes adultos avaliados em uma clínica especializada. Foi coletada informação de colaterais de 572 adultos diagnosticados com TDAH em uma clínica especializada. A partir dos dados fornecidos pelos familiares, foi elaborado um índice de concordância entre pacientes e informantes em relação a sintomas atuais, e os pacientes foram classificados como tendo informantes que: 1) reportaram menos sintomas que os próprios pacientes, 2) que concordaram com os pacientes, e 3) informantes que reportaram mais sintomas que os pacientes. Os grupos foram testados em relação a correspondências e diferenças de características demográficas, comorbidades, perfil neuropsicológico, resposta ao tratamento e persistência do diagnóstico após seguimento de 7 anos. Também foram testados escores de riscos poligênicos (PRS) para TDAH, transtornos psiquiátricos que compartilham variáveis genéticas comuns de risco e para escores poligênicos de características clínicas associadas com o TDAH. Foi observado que aproximadamente 80% dos informantes concordaram ou referem mais sintomas que os pacientes. Colaterais reportam mais sintomas atuais do que pacientes com frequência significativamente maior em pacientes do sexo masculino e com um menor nível educacional. Entretanto, estes pacientes apresentavam PRS para TDAH maiores que os pacientes que concordavam com seus colaterais. Aqueles pacientes, com informantes que reportaram menos sintomas que eles próprios, apresentaram níveis significativamente maiores de sintomas detectados pelos clínicos, maior prejuízo autorreferido, melhor desempenho nos testes neuropsicológicos e maior persistência do diagnóstico de TDAH após 7 anos de seguimento. Além disso, estes pacientes apresentaram maiores PRS para transtorno do espectro autista e escores poligênicos associados a melhores níveis de escolaridade. Nossos resultados demonstraram que obter informação colateral pode ser válido para detectar pacientes que subestimam seus sintomas, já que estes, como grupo, apresentam maiores escores de risco poligênico para TDAH. Este fenômeno pode ser entendido como um viés positivo de autoavaliação (positive illusory bias), onde os indivíduos com TDAH tendem a superestimar suas capacidades. Dessa forma, a obtenção de informação colateral sobre sintomas atuais para corroborar o diagnóstico clínico de TDAH em adultos parece em grande parte redundante. Porém, em uma parcela significativa desta população com problemas de autoavaliação ela pode ser válida. |