Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Paula, Thais Vieira de |
Orientador(a): |
Prá, Jussara Reis |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/258457
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Resumo: |
A intolerância religiosa contra as mulheres nos tekoha Guarani e Kaiowá em Mato Grosso do Sul vem sendo impulsionada pela intervenção das igrejas pentecostais nas comunidades indígenas. Tal intolerância revela o fenômeno de colonialidade da fé, suscitado pelo abandono estatal dos povos originários e por polarizações religiosas, que levam à subordinação das mulheres e à violência de gênero. Assim, é válido indagar: como a colonialidade da fé interpõe barreiras de intolerância religiosa e de gênero a ponto de promover a violação aos direitos humanos das mulheres Guarani e Kaiowá em Mato Grosso do Sul? O objetivo do estudo é analisar o impacto da ausência do Estado para a abertura de espaços às religiões pentecostais no universo examinado e os efeitos disso sobre o aumento da violência exercida contra as Ñandesy e das violações aos seus direitos humanos. Especificamente, interessa identificar os fatores que determinam a presença de agentes da religião pentecostal nas aldeias Guarani e Kaiowá; mapear o cenário de intolerância religiosa e as violências enfrentadas pelas Ñandesy e; avaliar as implicações da atuação de agentes do pentecostalismo na cena comunitária e nos casos de violação aos direitos humanos das mulheres indígenas. A reflexão utiliza os aportes dos estudos decoloniais, desde a perspectiva de gênero e da teoria critica feminista. A abordagem é qualitativa e agrega pesquisa documental, com base no ordenamento internacional de proteção a minorias e aos direitos humanos, e trabalho de campo junto aos grupos Guarani e Kaiowá (2021-2022). Para tal, são empregadas análise de discurso crítica e etnografia política, apoiadas por técnicas de observação participante e escuta sensível. Os resultados obtidos ressaltam o impacto negativo da ausência do Estado nas aldeias Guarani e Kaiowá e do primado evangélico-petencostal nesse meio. Cenário ainda mais negativo para as mulheres indígenas, cujo protagonismo na transmissão da cultura e da religião do seu povo é cerceado pela igreja por práticas e discursos moralizadores. |