"Habitações" : autorretratos como microterritórios subjetivos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Vieira, Karine Gomes Perez
Orientador(a): Rey, Sandra Terezinha
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/165259
Resumo: O objetivo de análise da presente investigação prático-teórica é a série "Habitações", composta por 24 autorretratos fotográficos autorais. O processo artístico consistiu em autofotografar-me em ambientes domésticos de permanência provisória, procurando incorporar algumas de suas características visuais, mediante sobreposições e encobrimentos de têxteis sobre o corpo. Muitos dos tecidos utilizados contém estampas ou cores semelhantes ás presentes no entorno da casa, com a intenção de promover a fusão entre o corpo humano e os ambientes domésticos habitados que o circundam. As tentativas de estabelecer relações entre o corpo humano e o ambiente doméstico possibilitam pensar o autorretrato fotográfico como microterritório subjetivo, na acepção de criar por meio da fotografia ínfimos mundos imaginários, oriundos da vida íntima e da reconfiguração de movimentos cotidianos rotineiros como é o caso do ato de deitar-se, pose repetida em todos os trabalhos. A estratégia de encobrir o corpo impossibilita que a fisionomia do sujeito seja mostrada, apontando reconfigurações do conceito tradicional de autorretrato e indagações sobre a superfície e as aparências físicas dos sujeitos e das coisas. Nessa acepção, o autorretrato fotográfico é encarado como alteridade e ficção, o que possibilita pensá-lo como um microterritório subjetivo. Para refletir sobre essas relações de sentido, latente na série "Habitações", recorro aos autores Deleuze e Guattari, bem como a Rouillé (2009), Berger (2014) e Fabris (2004). Instauro diálogos entre "Habitações" e obras contemporâneas e da História da Arte, destacando-se algumas de autoria de artistas como Giuseppe Arcimboldo (1527-1593), René Magritte (1898-1967), Nino Cais e Cecília Paredes, as quais contribuem para a análise teórico-reflexiva sobre a prática, materializada na série "Habitações".