Espacialidade ao ver e ser visto : a sobreposição do papel do fotógrafo nos autorretratos e selfies

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Borges, Alexandre Davi
Orientador(a): Fragoso, Suely Dadalti
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/164761
Resumo: Os retratos fotográficos são uma forma consolidada de se representar. Refletir a partir da visão do retratado no momento em que esta se direciona no sentido oposto ao nosso olhar propõe a existência de um espaço contíguo ao corte que atravessa a quarta parede. Tal compreensão tensiona o contexto que circunda fisicamente o espaço da obtenção dos retratos. Neste trabalho, propõe-se a ampliação do espectro das análises em direção a um espaço definido pela formulação da noção de contraperspectiva: um espaço perspectivo inverso ao tradicional que se instaura no direcionamento do olhar para a câmera, e que se projeta sobre quem observa a imagem, incluindo-o, concebendo que o sentido é, também por isso, ampliado. Este espaço foi complexificado pela prática da selfie, promotora da sobreposição dos papéis do fotógrafo e do fotografado. Para tanto, propôs-se uma investigação qualitativa através de entrevistas com fotógrafos profissionais, buscando entender suas concepções e conflitos acerca dos perfis e retratos dos outros (ou de si próprios). Além da proposição teórica da contraperspectiva, este estudo propõe as noções de espacialidade constitutiva e figurativa, as quais, respectivamente, conceituam as possibilidades físicas da circunstância de obtenção e, no segundo caso, a materialização de uma escolha dentre as possibilidades. Outra percepção advinda do estudo sustenta que a presença de duas forças - que se entrecruzam no plano da imagem – atuam como vetores de entrada e saída da imagem em relação à quarta parede, estabelecendo-se em conflito constante, desperta principalmente pela posição do olhar direto. Acrescenta-se ainda, neste trabalho, a compreensão da ideia dos espaços perpendicular e paralelo, no qual o primeiro estabelece relação entre o retratado e o espaço que ele ocupa, que lhe circunda e do qual ele faz parte, e o segundo posiciona-se sobre o eixo retratado/câmera, efetuando-se na ligação estabelecida entre os olhares do sujeito retratado/visto em relação à posição da lente/observador/vidente. Neste sentido, propõe-se o entendimento que o olhar direto estabelece, mesmo que por breve instante, uma sensação de compartilhamento de espaços entre o observador e o observado. Assim, foi possível compreender em maior profundidade o espaço que permeia a obtenção e como este se relaciona, enquanto dinâmica, com as noções inclusivas nos processos de observação destes retratos.