O julgamento do mensalão no Jornal Nacional : os recursos dramáticos utilizados na construção da narrativa

• Ano de defesa: 2014
• Autor(a) principal: Sartori, Débora
• Orientador(a): Porcello, Flávio Antônio Camargo
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Palavras-chave em Português: Telejornalismo; Jornal Nacional (Programa de televisão); Narrativa jornalística; Escândalo político
• Palavras-chave em Inglês: Journalism; Political scandals; Drama; Narrative; Mensalão
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/96640

O objetivo desta pesquisa é analisar os recursos dramáticos utilizados na construção da narrativa sobre o julgamento do Mensalão pelo Jornal Nacional. Acreditase na perspectiva das notícias apresentadas em telejornais como dramas cotidianos e vistas como narrativas sobre o mundo. Como métodos de investigação, utilizou-se a análise da narrativa de forma a atingir os quatro objetivos específicos propostos: identificar o conflito em torno do qual se desenvolveu a história; analisar o papel atribuído aos personagens e a ação deles dentro da narrativa; buscar modelos de roteiro da informação nas reportagens e avaliar a existência de tom moralista na fiscalização de condutas explicitadas nas matérias. O corpus de pesquisa inclui vinte reportagens, exibidas pelo Jornal Nacional nos dias 30 e 31 de julho e 23 de outubro de 2012, 18 de setembro e 15 de novembro de 2013. Conclui-se que o conflito teve papel fundamental na narrativa sobre o julgamento do Mensalão e apareceu em 95% das cabeças das reportagens, que são as falas dos âncoras no estúdio para apresentar o material que será exibido. A pesquisa registrou a transformação das fontes de informação em personagens ao longo da história, com o desenvolvimento de treze papéis, entre eles vilão, vítima, herói e defensores. Percebemos, ainda, a existência de dois modelos do que convencionamos chamar de roteiro da informação. Por fim, encontramos, em 80% das unidades de análise, a inclusão de uma lição de fundo moral. Na maioria dos casos, reforçou-se a ideia de punição ao vilão e seus aliados.