Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Câmara, Clara Bezerril |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/15253
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Resumo: |
Esta tese se insere na relação entre jornalismo e política, ao buscar entender o lugar que os chamados escândalos políticos ocupam nas narrativas jornalísticas. Apoiando-se na premissa de sua inexistência, assinalamos quais são as negociações narrativas que são feitas para que a ideia de escândalo político possa, artificialmente, existir. Da maneira como concebemos, não há nada nas narrativas jornalísticas que explicitam escândalos que possa ser considerado, por si só, uma narrativa escandalosa. É assim que verificamos que há elementos que são comuns a grande parte das narrativas que são identificadas dessa maneira. Esses elementos não têm tanto a ver com o conteúdo dos malfeitos que os escândalos colocam em evidência; são elementos mais relacionados à forma da narrativa. Aqui, chamamos esses elementos de polarizações. Para chegar nessas polarizações, propomos alterar o olhar em relação à concepção dos escândalos políticos nas narrativas jornalísticas, observando eventos explicitados na imprensa na década de 1950 (nos jornais Última Hora e Tribuna da Imprensa) e nas décadas dos anos 2000 (no jornal O Globo), reconhecidos sob o signo do “mar de lama”. Buscando indícios nas narrativas jornalísticas desses dois períodos e ancorando-se nos estudos de narrativa, a sugestão é que os ditos escândalos sejam concebidos como uma mentalidade; uma maneira de julgar determinados eventos e que, como tal, é instaurada por algumas estratégias narrativas. Na nossa argumentação, é assim que surgem os escândalos políticos, de uma capacidade que o jornalismo desenvolveu de observar e de julgar esses acontecimentos, com especial atenção para sua habilidade de relatá-los em formas narrativas que nos parecem, elas mesmas, inerentes ao que concebemos como escândalo. Portanto, o que se espera com essas análises é 1) mostrar que o escândalo político, como narrativa com essência própria, não existe. O que existe é uma associação de polarizações que lhe dá sentido temporariamente e funda o que identificamos como uma mentalidade, uma maneira de julgar; 2) propor quatro polarizações, que nos auxiliam a compreender essas narrativas: a) a polarização personalista/partidária, b) a democrática/caótica, c) a legal/informal, d) a fantástica/ordinária; 3) pensar que, se o escândalo político não existe em conteúdo de maneira consistente, é preciso repensar as abordagens que têm sido feitas a ele. |