Mastócitos duodenais : potencial associação com a infecção pelo Helicobacter pylori e com os sintomas da dispepsia funcional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Wink, Eduardo Ferreira
Orientador(a): Mazzoleni, Luiz Edmundo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/268186
Resumo: A infecção pelo Helicobacter pylori é uma das mais prevalentes, acometendo aproximadamente metade da humanidade. Ela causa um processo inflamatório gástrico (gastrite), e é o principal fator etiológico das úlceras pépticas e do câncer gástrico. A sua relação com os sintomas de alguns pacientes dispépticos funcionais também tem sido evidenciada. Sabe-se que a infecção pela bactéria aumenta de 2 a 3 vezes o número de mastócitos na mucosa gástrica e que esses podem estar relacionados com formação de edema e de liberação de fatores quimiotáticos locais. Entretanto, não está definida a associação do H. pylori com a população de mastócitos duodenais. Alterações histológicas duodenais, secundárias à infecção gástrica pelo H. pylori são pouco conhecidas e poucos trabalhos foram publicados até o presente momento. Além disso, estudos recentes têm sugerido que a presença de eosinófilos e de mastócitos na mucosa duodenal podem estar associados com os sintomas da dispepsia funcional. O objetivo foi avaliar a associação da infecção gástrica pelo H. pylori com a presença de mastócitos na mucosa duodenal e dos mastócitos duodenais com a intensidade dos sintomas da dispepsia funcional. Esse estudo está aninhado ao Heroes Trial, do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). A população é constituída por pacientes de ambos os sexos com mais de 18 anos de idade, e com diagnóstico de dispepsia funcional segundo os critérios do Consenso de Roma III. As biópsias duodenais foram revisadas através de imuno-histoquímica pelo anticorpo CD117 (c-kit), comparando a população de mastócitos duodenais entre os pacientes dispépticos funcionais H. pylori positivos e H. pylori negativos. Foi também avaliada a correlação entre a intensidade do infiltrado de mastócitos da mucosa duodenal com a intensidade dos sintomas dispépticos, através do questionário PADYQ (Porto Alegre Dyspeptic Symptoms Questionnaire). A quantidade de mastócitos duodenais foi semelhante entre populações com e sem infecção do H. pylori. A intensidade dos sintomas dispépticos não mostrou correlação com a quantidade de mastócitos duodenais. Entretanto, houve diferença estatisticamente significativa entre a contagem de mastócitos duodenais no subtipo de dispepsia funcional tipo dor epigástrica comparativamente com a subtipo desconforto pós-prandial. Os mastócitos na mucosa duodenal não mostraram relação significativa com infecção pelo H. pylori, embora tenham sido mais numerosos na dispepsia funcional tipo dor epigástrica.