Sobre fazer um pouco mais do que aquilo que já foi feito : as veredas para aprender a ler e escrever em turmas de progressão

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Westermann, Liége Deolinda
Orientador(a): Guedes, Paulo Coimbra
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Espanhol:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/24840
Resumo: A proposta desta dissertação é apresentar reflexões sobre a minha trajetória vivida em sala de aula, de alunos adolescentes pertencentes a meio social desfavorecido, buscando ajudá-los a avançar em seus conhecimentos sobre a leitura e a escrita. Através de relato, descrevo o trabalho que desenvolvi em duas turmas de Progressão de III ciclo na E.M.E.F. Presidente João Belchior Marques Goulart, situada na periferia da zona norte de Porto Alegre. Procuro contextualizar-me à realidade social dos alunos e à proposta dos Ciclos de Formação, estrutura curricular adotada pela rede municipal de ensino, visando diminuir o fracasso escolar. Mas, como essa tentativa de encaminhar o sucesso de mais alunos não começa comigo, inicio apresentando os meus entendimentos sobre a trajetória da escola pública em busca da promessa de um ensino mais qualificado às classes desfavorecidas. Junto a essa proposta a minha história docente vinculada, de modo quase permanente, às salas de aula de classes populares. Assim, justifico escolhas sobre o tipo de trabalho que me desafiei a realizar, priorizando a construção de vínculos com os alunos e fazendo de seus interesses e necessidades o ponto de partida para o desenvolvimento de práticas de oralidade, leitura e escrita. Contar esta história de professora e de alunos significa esclarecer o que fiz como professora de Português, inventando a aula que eu não sabia, para que os alunos dessem sentido aos conhecimentos que precisavam construir. A experiência de tentar fazer um pouco mais do que já havia feito significou ter a coragem de transgredir à lógica de tempos, espaços, metodologias e até mesmo conteúdos tradicionalmente trabalhados pela escola, em nome de encaminhar mais sucesso aos alunos. Para melhor tratar essa minha história, juntei-me a Riobaldo, personagem nascido de Guimarães Rosa, em Grande Sertão: Veredas. Ele inspirou-me a dizer o que eu queria, em razão da semelhança de nossas intenções: Riobaldo quis contar a história de seu passado de jagunço a um moço doutor, para que esse o julgasse; eu, a professora, quis contar a minha história para os leitores, a fim de que também refletissem sobre a minha experiência em sala de aula e dissessem sobre suas impressões.