Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2011 |
Autor(a) principal: |
Bastos, Gisele Alsina Nader |
Orientador(a): |
Harzheim, Erno |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/142786
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Resumo: |
Contexto: O diagnóstico de saúde de comunidades é fundamental para que os serviços de saúde possam ser implementados de acordo com as necessidades das mesmas, além de auxiliar sobremaneira no monitoramento e no planejamento de novas intervenções. No Brasil, poucos são os serviços que realizam diagnósticos de saúde antes de sua implementação, sendo que na maioria das vezes o monitoramento e a reorganização dos serviços são feitos somente através de diagnósticos de demanda. Objetivos: Descrever a metodologia empregada em um Diagnóstico de Saúde realizado em uma comunidade vulnerável e avaliar as necessidades em saúde dessa comunidade através do uso de serviços, bem como seus fatores associados. Métodos: Foi realizado um estudo transversal de base populacional cuja amostra foi constituída por indivíduos adultos com 20 anos ou mais, moradores dos Distritos Sanitários da Restinga e Extremo Sul da cidade de Porto Alegre–RS. A amostragem foi do tipo sistemática com probabilidade proporcional ao tamanho do setor censitário. Inicialmente, foi contado o número de domicílios habitados existentes na região e, a partir de então, foram amostrados os 1.750 domicílios que constituíram a amostra. A coleta de dados foi realizada no período de junho a dezembro de 2009 através da aplicação de questionários por entrevistadores submetidos a treinamento de 80 horas. Os dados foram digitalizados no software Office Remark e analisados no programa Stata. Resultados: Do total dos 3.699 adultos elegíveis, encontrados nos 1.750 domicílios amostrados, 3.391 aceitaram participar do estudo. A prevalência de internação hospitalar no último ano foi de 11,1% (IC95% 10,1; 12,2). Destas, 24,5% (IC95% 20,1; 28,9) foram internações por condições sensíveis à atenção primária à saúde (CSAPS). Na análise ajustada permaneceram significativas as associações de internação hospitalar com o aumento da idade (p<0,001), ser viúvo (p=0,04), possuir IMC maior do que 30 (p=0,01), ter autopercepção de saúde regular ou ruim/muito ruim (p<0,001), possuir morbidades crônicas (p=0,003), ter consultado nos três meses que precederam a entrevista (p=0,003) e consultar em ambulatórios públicos de atenção secundária (p=0,002). A prevalência de consulta médica no último ano e nos últimos três meses foi de 76,2% (IC95% 74,8; 77,6) e 64,8% (IC95% 63,0; 66,7), respectivamente. Entre os homens, a prevalência de consulta nos últimos três meses foi de 60,2% (IC95% 57,1; 63,2) e entre as mulheres esse valor foi de 67,8% (IC95% 65,5; 70,1) (p<0,001). Na análise ajustada, entre os homens, ter consultado nos últimos três meses associou-se de forma positiva com o aumento da idade, ter autopercepção de saúde ruim/muito ruim, possuir médico de referência e morbidades crônicas, consultar em locais conveniados e ter sido hospitalizado no último ano. Na análise ajustada, entre as mulheres, evidenciouse associação de consulta com o aumento da idade, ser de cor da pele branca, autoperceber a saúde como regular, pertencer às classes sociais A/B, possuir menor escolaridade, médico de referência e morbidades crônicas, consultar em locais conveniados ou ambulatórios e ter internado no último ano. Conclusões: A descrição da metodologia empregada no Diagnóstico de Saúde poderá servir de ferramenta para o planejamento de redes de serviços de saúde coordenadas pela Atenção Primária de acordo as necessidades locais, tanto em outras regiões do Brasil quanto em outros países em desenvolvimento. Os resultados relacionados à utilização dos serviços de saúde — consultas e internações — permitirão o planejamento de uma rede integrada de serviços focada nos principais preditores de consumo de serviços. |