Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Santiloni, Aline Fernanda Palombarini |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/194215
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Resumo: |
Objetivou-se, em geral, analisar comparativamente morbidade referida e utilização de serviços de saúde no primeiro ano de vida, entre lactentes usuários de serviços de saúde públicos e lactentes usuários de serviços de saúde privados de município do interior paulista. Este estudo compõe um projeto de pesquisa mais amplo, de base populacional e de coorte única composta por 656 lactentes, cujo seguimento prospectivo iniciou ao nascimento e terminou ao completarem um ano de vida. Foram estudadas todas as crianças nascidas entre agosto de 2015 e janeiro de 2016 e residentes em Botucatu/SP. Os dados foram coletados em sete momentos distintos e nas fontes: cartão pré-natal, cartão do bebê, prontuário infantil e entrevistas realizadas com as mães nos serviços de saúde e nos domicílios, presencialmente e por telefone (Estudo CLaB). Para o presente estudo, foram incluídos 537 lactentes, 383 usuários de serviços de saúde de saúde públicos e 154 usuários de serviços de saúde privados, sendo excluídos os lactentes que utilizaram ambos os tipos de serviços e aqueles que não completaram o acompanhamento previsto. Foi realizada análise univariada das variáveis estudadas, comparativa dos dois grupos, com significância avaliada pelos testes não paramétricos de Qui-quadrado e Exato de Fisher, adotando-se p crítico <0,05. Para essas analises, foi utilizado o software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), V21. O projeto desta pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa local (CAAE nº 67214217.5.0000.5411 - Parecer nº 2.048.392). Os resultados apontam diferenças significativas entre os lactentes usuários dos serviços de saúde públicos e os usuários dos serviços de saúde privados em relação às características sócio demográficas estudadas, todas com piores situações para os primeiros. Também, foram constatadas diferenças significativas nas características de gestação e nascimento, com piores situações para os usuários dos serviços de saúde públicos: gestação não planejada (p<0,001), gestação não aceita (p<0,001), e reanimação ao nascer (p=0,001) e com piores situações para os os usuários dos serviços de saúde privados: primiparidade (p<0,001) peso ao nascer menor que 2.500 gramas (p=0,027) e parto cirúrgico (p<0,001). Quanto à atenção à saúde no pré-natal, nascimento e no primeiro ano de vida, as diferenças significativas observadas foram: contato pele a pele ao nascer (p<0,001) e orientação sobre aleitamento materno exclusivo na maternidade (p<0,001), sendo essas ações mais frequentes para usuários dos serviços de saúde públicos; enquanto que realização de grupo educativo no pré-natal (p<0,001) foi mais frequente para os os usuários dos serviços de saúde privados. Sobre morbidade referida e utilização de serviços de saúde, verificou-se diferença significativa apenas na internação em unidade de terapia intensiva/unidade de cuidados intermediários na maternidade (p=0,026), mais frequente entre os usuários de serviços de saúde públicos. Conclui-se que os riscos e vulnerabilidades ao adoecimento, apresentados pelos lactentes usuários dos serviços de saúde públicos parece não ter influenciado para maior ocorrência de morbidade referida relacionada a afecções respiratórias e gastrointestinais, de utilização de serviços de saúde e de internações por condições sensíveis à Atenção Primária, quando comparados com usuários de serviços de saúde privados. Provavelmente, isso tenha ocorrido por esses últimos apresentarem, em comparação com os primeiros, mais condições adversas ao nascer e menor exposição a ações promotoras à saúde na maternidade, indicando a pertinência de estudos futuros para confirmar tais hipóteses. |