O acompanhamento terapêutico no processo de construção de uma moradia possível na psicose : uma pesquisa psicanalítica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Costa, Ana Paula Carvalho da
Orientador(a): Poli, Maria Cristina Candal
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/31995
Resumo: A presente dissertação constituiu-se no sentido de investigar quais seriam as condições para um processo de apropriação de uma morada, no caso de pacientes ex-internos de longas internações psiquiátricas, portadores de sofrimento psíquico grave e/ou estruturados na psicose. Tal iniciativa nasceu a partir das repercussões que se fizeram presentes em nossa prática clínica, após uma experiência de trabalho realizada em um Serviço Residencial Terapêutico (SRT), na cidade de Porto Alegre. A mesma caracterizou-se pelo atendimento de dois moradores do Residencial, através da prática do Acompanhamento Terapêutico (AT), e nossos objetivos eram, sobretudo, abordar as implicações deste espaço de moradia no processo de desinstitucionalização da loucura. No decorrer da pesquisa, apresentamos os desafios e problematizações presentes nesse projeto, inserido no movimento da Reforma Psiquiátrica, e quais seriam as direções a partir das quais tais sujeitos poderiam habitar uma morada fora do contexto manicomial, de modo inclusivo – proposta que não se dá sem tropeços, considerando o desafio de se criar laços na, por vezes, não menos excludente, vida na cidade. Resgatando as fundamentais contribuições de Freud e Lacan acerca da teoria psicanalítica das psicoses – e afirmando seus efeitos clínico-políticos, significativos, no campo da Saúde Mental -, buscamos afirmar os diferentes modos de tratamento que o psicótico encontra na construção de uma moradia possível: a partir do esvaziamento de um saber, até então exclusivo e absoluto, do lado do Outro, promover assim a afirmação de um saber do lado do sujeito. A construção de uma moradia e de uma presença mais participativa no laço social sendo entendidas, portanto, a partir de um efeito de linguagem.