Minha terra tem horrores: o exílio dos brasileiros no Chile (1970-1973)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Dias, Cristiane Medianeira Ávila
Orientador(a): Padrós, Enrique Serra
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Palavras-chave em Espanhol:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/197627
Resumo: O objetivo da presente tese é analisar o exílio dos brasileiros no Chile, de 1970 até 1973, a partir da figura de doze exilados, que tinham uma trajetória política na esquerda, antes e depois da instauração da ditadura civil-militar de Segurança Nacional (SN) no Brasil, em 1964. A ditadura, baseada na Doutrina de Segurança Nacional (DSN), definiu esses militantes como “inimigos internos” e, portanto, alvos prioritários do aparato repressivo, em território nacional e/ou no exterior. Dado esse contexto, o exílio em território chileno, foi uma das consequências da disseminação do terror. Porém, o estabelecimento em outro país não garantiu a segurança desses brasileiros, que passaram a ser monitorados pelo Centro de Informações do Exterior (CIEX), pela Divisão de Segurança e Informações do Ministério das Relações Exteriores (DSI/MRE) e pela Embaixada Brasileira em Santiago. Num primeiro momento, durante o governo de Allende, esses brasileiros receberam apoio institucional, da Unidad Popular (UP) e do Movimiento de Izquierda Revolucionaria (MIR), que minimizaram as difíceis condições do exílio. Além disso, a interação com a esquerda chilena e com exilados de outros países latino-americanos impulsionou a esperança na criação de um movimento revolucionário de caráter regional. O golpe civil-militar de 1973, no entanto, afetou os direitos básicos dos cidadãos chilenos e dos estrangeiros que estavam no país. Diante dessa situação, os brasileiros foram obrigados a deixar urgentemente o Chile, revivendo os sentimentos de angústia, tristeza e frustração do re-exílio, gerado por essa nova onda de terror, que os atingiu em terras estrangeiras. O exílio em outros países da região não impediu que esses militantes continuassem sendo vigiados pelos órgãos de segurança brasileiros que, no final de 1973, formavam com os demais serviços secretos do Cone Sul, uma rede de intercâmbio de dados e montagem de operações, com o objetivo de atingir a comunidade de exilados.