Estimulação elétrica neuromuscular: parâmetros de corrente e reprodutibilidade de medidas para avaliação e reabilitação de pacientes críticos em unidades de terapia intensiva

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Fröhlich, Matias
Orientador(a): Vaz, Marco Aurelio
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/188391
Resumo: A presente tese teve por objetivosdeterminar os parâmetros de corrente elétrica, a variabilidade da frequência cardíaca (VFC) e a confiabilidade de medidas da morfologia e da função muscularesem sujeitos saudáveis submetidos a protocolo de estimulação elétrica neuromuscular (EENM)em ambiente de unidade de tratamento intensivo (UTI) simulada. Ela está dividida em três capítulos que são descritos a seguir. CAPÍTULO 1: ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA NEUROMUSCULAR: EFEITOS DE DIFERENTES DURAÇÕES DE PULSO SOBRE O DESCONFORTO E FADIGA EM SUJEITOS JOVENS SAUDÁVEIS.Introdução: O objetivo do presente estudo foi avaliar os efeitos de diferentes durações de pulso e de diferentes tempos de contração/relaxamento da EENM sobre a intensidade de corrente, produção de torque, desconforto e fadiga muscular. Métodos: 24 jovens saudáveis (12 ♂ e 12 ♀, 23,8±3,4 anos) foram submetidos a quatro protocolos de EENM (10 min de duração, duração de pulso = 1,2 e 2ms; tempos de contração/relaxamento = 5/25s e 10/50 s, respectivamente). Antes e após os protocolos de EENM, os sujeitos realizaram contrações voluntárias máximas isométricas (CVMIs) dos extensores de joelho, seguidas de um teste supramáximo de torque evocado (PSTE) afim de avaliar a fadiga. A intensidade de corrente (IC), o torque evocado (EENMTE) e o desconforto produzido (EVA) foram registrados no início e no final dos protocolos de EENM. Resultados: Menores níveis de IC foram necessários durante os protocolos com 2 ms de duração de pulso (efeito observado para duração do pulso: p=0,001). O desconforto relatado pelos sujeitos diminuiu durante os protocolos (efeito observado para momento: p<0,0001) e não foi diferente entre os quatro protocolos de EENM (efeito observado para: duração do pulso, p=0,203; tempos de contração/relaxamento, p=0,679). O PSTE foi significativamente maior para os protocolos com duração de pulso de 2 ms (efeito observado para duração de pulso: p=0,044). Conclusão: Embora não tenha havido diferença entre a sobrecarga mecânica produzida durante os protocolos de EENM realizados na máxima IC tolerada, uma duração maior do pulso permite o uso de uma menor IC. CAPÍTULO 2: EFEITO DO TEMPO DE CONTRAÇÃO/RELAXAMENTO DA ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA NEUROMUSCULAR SOBRE A VARIABILIDADE DA FREQUÊNCIA CARDÍACA EM SUJEITOS SAUDÁVEIS EM UTI SIMULADA.Introdução: O presente estudo teve como objetivo avaliar o efeito de dois protocolos de EENM submáximos, com diferentes tempos de contração/relaxamento, sobre a VFC. Métodos: 24 sujeitos saudáveis (12 ♂ e 12 ♀, 26,6±4,8 anos) foram submetidos a dois protocolos de EENM (20 minutos de duração) com tempos de contração/relaxamento de 5/25 s (EENM5/25) e de 1/5 s (EENM1/5). Um monitor cardíaco digital foi colocado na região do tórax e cada sujeito descansou por 10 minutos. A VFC foi avaliada por meio da análise de períodos de 5 min obtidos da segunda metade do repouso (10 min) e da segunda metade dos protocolos de EENM (20 min). Para a análise na VFC no domínio do tempo, calculou-se a média da frequência cardíaca (MFC) e a média dos intervalos RR (MRR). Para a análise no domínio de frequência, os componentes de baixa frequência (BF) e alta frequência (AF) do espectro de potência,seguidos de sua razão (BF/AF), foram calculados. Resultados: A MFC aumentou, enquanto, concomitantemente, a MRR reduziu (efeito observado para momento: p=0,049 e p<0,0001, respectivamente). Houve um aumento do componente de BF durante ambos os protocolos (efeito observado para momento: p=0,001), mas o aumento do componente de BF foi maior durante a EENM5/25 (tempos de contração/relaxamento: p<0,0001). Concomitantemente, o componente de AF apresentou diminuição tanto para a EENM5/25 quanto para a EENM1/5, mas observou-se maior decréscimo para a EENM5/25 (efeito observado: momento, p=0,001; tempos de contração/relaxamento, p<0,0001). Consequentemente, a razão BF/AF aumentou tanto em NMES5/25 quanto em EENM1/5, mas um aumento maior foi encontrado para EENM5/25 (efeito observado: momento, p=0,008; tempos de contração/relaxamento, p=0,001). Conclusão: O aumento do tempo de contração/relaxamento da EENM de 1/5 s para 5/25 s aumentou a razão BF/AF, sugerindo um aumento na atividade simpática em indivíduos saudáveis. CAPÍTULO 3: CONFIABILIDADE DE MEDIDAS DA MORFOLOGIA MUSCULAR E DA FUNÇÃO MUSCULAR EM UM AMBIENTE DE UTI SIMULADA.Introdução: O objetivo do presente estudo foi o de avaliar a confiabilidade intra-avaliador, inter-avaliador e inter-analisador de medidas da morfologia do músculo quadríceps,obtidas por meio de ultrassonografia,e das medidas de força voluntária e evocada dos extensores de joelho em uma UTI simulada. Métodos: 32 sujeitos saudáveis (16 ♂ e 16 ♀; 26,6±4,9 anos) foram submetidos a doisdias de avaliações,separados por uma semana. Em um dos dias, os participantes foram avaliados por um único avaliador, que repetiu a avaliação no dia de testes seguinte, juntamente com outros dois avaliadores. A morfologia muscular foi avaliada por meio de ultrassonografia para obtenção da área de secção transversa do músculo reto femoral (RFAST), espessura muscular do quadríceps femoral (QEM), reto femoral (RFEM), vasto intermédio (VIEM), vasto medial (VMEM) e vasto lateral (VLEM), o comprimento das fibras musculares do vasto lateral (VLCF) e seu respectivo ângulo de penação (VLAP). Em seguida, a força foi avaliada por meio de contrações voluntárias máximas isométricas (CVMIs) e pela força evocada (FE). Para a determinação da confiabilidade, foram calculados o coeficiente de correlação intra-classe (CCI), erro padrão de medida (EPM) e mínima mudança detectável (MMD). Resultados: As comparações intra-avaliador mostraram um alto valor de CCI (>0,90). Nas comparações inter-avaliadores, os parâmetros QMT, VLMT, VMMT, RFMT e VIMT apresentaram CCIs elevados (0,87 a 0,96), enquanto os parâmetros VLAP e VLCF apresentaram um CCI moderadamente elevados (0,66 e 0,69, respectivamente). Para as comparações entre os analisadores das medidas de RFAST, o ICC foi alto (0,98). Para as comparações intra-avaliador das avaliações de força, os CCIs foram altos tanto para CVMI quanto para FE (0,91 e 0,94, respectivamente). Nas comparações inter-avaliadores das medidas de força, os CCIs foram menores do que aqueles para as comparações intra-avaliador, mas ainda considerados altos tanto para a CVMI quanto para a FE (0,89 e 0,86, respectivamente). Conclusão: As medidas ultrassonográficas são precisas na avaliação da morfologia muscular, quando realizadas pelo mesmo avaliador em diferentes momentos. Foi alta a confiabilidade inter-avaliadores e inter-analistas encontrada para a RFAST e medidas de espessura muscular quando realizadas por diferentes avaliadores e analistas. A confiabilidade inter-avaliadormoderadamente alta encontrada para VLAP e VLCF sugere que esses parâmetros são avaliadordependentes. A confiabilidade das medidas de força foi alta tanto para a CVMI quanto para a FE.