Fatores de controle na formação e evolução da barreira costeira holocênica no litoral médio do Rio Grande do Sul, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Bitencourt, Volney Junior Borges de
Orientador(a): Dillenburg, Sergio Rebello
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/204843
Resumo: A porção emersa da Bacia de Pelotas, no sul do Brasil, exibe um extenso sistema de barreiras costeiras holocênicas cronocorrelatas que evoluíram de forma assíncrona durante o Holoceno médio e tardio (últimos 7 ka). Neste contexto, o litoral médio do Rio Grande do Sul (RS), se destaca por representar uma área ideal para estudar a variação lateral (transição) de diferentes comportamentos de barreiras costeiras (progradacionais ou regressivas, retrogradacionais ou transgressivas e agradacionais ou estacionárias) que ocorrem numa distância de mais de 250 km. Nesta tese, diferentes abordagens (ferramentas e procedimentos metodológicos) e tipos de dados foram requeridos para avaliar as condicionantes que controlaram a evolução costeira do litoral médio durante os últimos milênios. Foram utilizadas análises estatísticas multivariadas, modelagem computacional com um modelo de comportamento morfoestratigráfico de larga escala e longo período, levantamentos geofísicos e análises geomorfológicas para testar hipóteses e alcançar os objetivos propostos. Um trecho do litoral do RS, que engloba 14 localidades, foi subdividido em quatro grupos distintos que se correlacionam com barreiras essencialmente progradacionais e agradacionais/retrogradacionais. No geral, as características da antepraia e do substrato foram as variáveis mais importantes na diferenciação dos grupos. Além destes, a orientação da linha de costa e o tipo de praia também (estágio morfodinâmico) foram fatores importantes. O Georadar, utilizado pela primeira vez em vários trechos do litoral médio, permitiu uma reinterpretação dos comportamentos da barreira que, até então, era classificada de acordo com a morfologia superficial. No entanto, ainda há uma significante alternância de barreiras com diferentes empilhamentos de fácies e morfologias superficiais que é oriunda, principalmente, da variabilidade espacial de condicionantes geológicas autogênicas que induzem diferenças em parâmetros sedimentológicos e oceanográficos ao longo da costa. Essa variabilidade espacial foi testada por meio de um modelo de comportamento geométrico (GEOMBEST). Conforme o modelo, uma pequena alteração na declividade do substrato já é capaz de alterar a deposição sedimentar regional, sendo responsável por um comportamento de barreira inesperado devido ao contexto em que se encontra (projeção costeira). Assim, o principal controle responsável pela variação do tipo de barreira entre São José do Norte e Cidreira nos últimos milênios (5,6 ka até o presente) foi o balanço sedimentar diferencial. Esse balanço sedimentar foi estimado entre -8 a +4,5 m³/m/a ao longo do litoral médio do RS.