A barreira costeira holocênica e suas relações com a morfodinâmica praial no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Reichow, Camila
Orientador(a): Weschenfelder, Jair
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/177600
Resumo: A análise dos parâmetros morfométricos publicados buscou relacionar o comportamento morfodinâmico praial com o da barreira costeira holocênica no estado do Rio Grande do Sul (RS), para estabelecer de que maneira estes ambientes estão relacionados. Foram analisados os dados de 31 praias, de Torres ao Chuí, possibilitando uma revisão e reavaliação dos estágios morfodinâmicos, com a compartimentação destes locais em cinco grupos, baseados em sua morfodinâmica e mobilidade praial. O grupo 1 é composto pelas praias intermediárias de mobilidade moderada à alta, que estão em sua maioria localizadas no litoral médio do RS correspondente a barreira agradacional, com alto desenvolvimento de campos de dunas transgressivas e dunas frontais, e estão também associadas às praias com característica retrogradante da barreira, porção sul da barreira agradacional. O grupo 2 compõe as praias dissipativas, com estágio intermediário ocorrendo de maneira secundária, de moderada à alta mobilidade, associadas a barreira progradante do litoral norte. Este setor apesar de apresentar alto potencial de transporte sedimentar por ventos e por ondas não apresenta campos de dunas bem desenvolvidos, onde o aporte sedimentar favorece a progradação costeira. O grupo 3 é formado por praias intermediárias de baixa mobilidade, associadas à porção norte da barreira agradacional e às praias do litoral sul que representam a transição entre a barreira progradante e retrogradante. No litoral médio a associação da baixa mobilidade praial com a alta capacidade de transporte e disponibilidade sedimentar, resultante do transporte sedimentar pelo vento no sentido continental, permitiu o desenvolvimento de grandes campos de dunas transgressivos e de dunas frontais. O grupo 4 é constituído por praias dissipativas e secundariamente intermediárias, de baixa mobilidade, da barreira progradante do litoral sul, que não desenvolveu vastos campos de dunas, semelhante ao que ocorre na barreira progradante ao norte. O grupo 5 é formado por duas praias diferenciadas, onde o estágio intermediário predomina e o refletivo ocorre eventualmente no verão, e estão localizadas em barreiras retrogradantes. As praias dissipativas são responsáveis por remobilizar o maior volume sedimentar da antepraia ao ambiente praial, onde integra o processo de progradação costeira. A porção da barreira agradacional, responsável pelas maiores dunas frontais, apresenta a menor mobilidade, sendo que conforme sua mobilidade é aumentada em direção ao sul, os maiores campos de dunas transgressivas ocorrem. Os estágios intermediários possuem energia suficiente para transportar sedimentos da antepraia para a praia, enquanto que a formação ou não das dunas é influenciada pelo potencial de transporte do vento NE e pela orientação da linha de costa com relação a este vento. As barreiras retrogradantes estão associadas a estágios intermediários de mobilidade variável, sendo que os dois focos erosivos do estado estão associados à alta mobilidade, o qual deixa estes ambientes susceptíveis aos episódios de erosão durante a passagem de eventos de tempestades. Assim, o caráter erosivo da barreira pode estar associado tanto com a energia de ondas, quanto com uma antepraia irregular e um déficit sedimentar, que acarreta em variações na morfodinâmica praial.