Discurso e construção do imaginário acerca dos areais nas políticas voltadas à arenização no Sudoeste Gaúcho

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Ribeiro, José Carlos Corrêa
Orientador(a): Verdum, Roberto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/128035
Resumo: A arenização e a silvicultura vêm ocupando a pauta das políticas ambientais da região sudoeste do estado do Rio Grande do Sul desde a década de setenta. São temas fortemente associados, na medida em que a arenização é apontada como o principal processo de degradação ambiental da região sudoeste do estado, enquanto a silvicultura é priorizada como solução técnica capaz de controlar esse processo e reverter os areais. Objetiva-se, no âmbito da presente tese, demonstrar que as formulações, presentes nas políticas voltadas à arenização no sudoeste gaúcho, cristalizam um ideário amplamente favorável aos interesses privados, especialmente os das empresas silvicultoras. Com efeito, esse ideário desempenha importante papel na construção do imaginário social acerca dos areais, erroneamente denominados “desertos”. Interpelados por esse discurso, técnicos e políticos da região convertem-se em mediadores locais de interesses políticos e econômicos. A validação da presente tese consistiu na análise do discurso das principais políticas públicas e privadas voltadas à arenização, e na análise perceptual dos mediadores locais. A análise dos documentos elaborados no contexto das políticas de intervenção no processo de arenização do sudoeste gaúcho, assim como dos documentos elaborados no contexto das Nações Unidas sobre a desertificação, demonstra a transversalidade (interdiscurso) que conecta as políticas desenvolvidas nesses deslocados contextos (formações discursivas). A análise perceptual dos mediadores locais (técnicos, extensionistas rurais, membros do executivo e legislativo municipal, entre outros), realizada por meio de entrevistas estruturadas e questionários, demonstra que o imaginário desses mediadores, acerca dos areais, filia-se ao ideário cristalizado pelas instituições que elaboram as políticas de intervenção nos processos de arenização e desertificação. Esse ideário materializa-se num discurso, de viés alarmista e produtivista, construído ao longo de quatro décadas, que reconhece os areais como anomalias, transformando-os em um problema para a sociedade e uma oportunidade para a iniciativa privada.