Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Dias, Mariana Argoud |
Orientador(a): |
Rosário, Nísia Martins do |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Palavras-chave em Inglês: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/246465
|
Resumo: |
Este trabalho aborda as configurações dos corpos das mulheres telejornalistas de TV aberta no Brasil. O estudo procura compreender de que forma o subcampo telejornalístico interfere nas características desses corpos, seja pela definição de quais mulheres estão na tela, seja por exigências feitas às profissionais em relação a sua aparência. Para essa compreensão, a pesquisa apresenta os conceitos de campo e habitus, de Pierre Bourdieu (1989, 1997, 2007, 2011), aplicando-os ao jornalismo e ao telejornalismo, observando suas características enquanto campo e subcampo – as regras específicas e os capitais simbólicos valorizados. Além disso, traz a contextualização das realidades das mulheres na sociedade, tendo em vista, entre outras problemáticas, as diferenças na relação com o trabalho e as cobranças sobre suas aparências. Para isto, utiliza-se as contribuições de autoras como Beauvoir (1970a, 1970b), Saffioti (2015), Louro (1997), Tiburi (2018), Scott (2019) e hooks (2019). São observados, também, os padrões de beleza no Brasil ao longo dos anos, com contribuições de Le Breton (2007), Sant’anna (2014) e Laus (2012). Para perceber questões relativas a uma padronização no corpo das mulheres telejornalistas, apresenta-se um panorama de pesquisas na área, além de uma análise quantitativa da aparência física dessas mulheres nos principais telejornais das emissoras de canal aberto da TV brasileira, analisando 64 mulheres. Essa observação constata um padrão estético: a maioria das telejornalistas é branca, magra, de cabelos lisos, médios e castanhos, não tem rugas, utiliza maquiagem buscando uniformizar a pele e usa figurino com roupas de alfaiataria e acessórios pequenos. Apresenta-se também as percepções de profissionais telejornalistas que trabalham/trabalharam em emissoras de TV aberta no Brasil, a partir de entrevistas semiestruturadas com quatro profissionais. Esse procedimento metodológico teve como objetivo conhecer as vivências e experiências dessas mulheres na correlação profissão e corpo; que tipo de incentivos e solicitações receberam no que diz respeito a cabelo, figurino, maquiagem e forma do corpo; se sofrem/sofreram discriminação pela sua aparência física; entre outros. As entrevistadas trazem percepções que narram perspectivas similares acerca da estética física: as telejornalistas são padronizadas esteticamente ao longo da sua vida profissional, em maior ou menor grau. Dessa forma, o estudo problematiza o subcampo telejornalístico e o modo como configura os corpos de mulheres apresentadoras e repórteres, de forma direta e indireta, buscando padronizá-los a partir de diretrizes relacionadas a cor de pele, formato de corpo, textura de cabelo, figurino e maquiagem. |